O Conselho Federal da OAB trabalha para recolocar no ar os sistemas em segurança e identificar os responsáveis pelo ataque. Foto: Reprodução/ Conselho Federal OAB

Por causa de um ataque hacker na noite do último domingo (26) e madrugada desta segunda-feira (27), o Conselho Federal da OAB retirou do ar o site e os sistemas a OAB Nacional, incluindo o Cadastro Nacional da Advocacia.

Segundo a entidade, não há indícios de que dados pessoais ou sensíveis tenham sido vazados e sequestrados. A expectativa é de que todos os sistemas sejam restabelecidos em até 48 horas.

Por conta do incidente, o Conselho ainda suspendeu prazos relativos a processos eletrônicos em tramitação até a volta da normalidade.

 

Judiciário na mira

O ataque sofrido pelo conselho da advocacia se soma a outras agressões digitais aos integrantes do sistema de Justiça nos últimos anos. Em novembro de 2020, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) sofreu um sequestro de dados sem precedentes que levou à paralisação da Corte.

No mesmo o ano, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) também foi alvo de criminosos digitais. O Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3) foi derrubado por hackers em duas oportunidades: em janeiro de 2021 e novamente em março de 2022. Ainda em 2020, o TRF-1 também sofreu com ação do mesmo tipo, inclusive com captura de dados do sistema. Já em abril de 2023, foi a Justiça Federal de Pernambuco que viu seus sistemas serem derrubados.

Em 2021, o Supremo Tribunal Federal (STF) abriu inquérito para apurar possíveis ataques ao site da corte, que ficou fora do ar. Até uma aula do ministro Ricardo Lewandowski na Faculdade de Direito da USP foi interceptada e alterada por hackers, que vandalizaram uma exposição feita remotamente.

A Justiça Eleitoral também teve problemas, inclusive durante as eleições de 2020, ainda que sem comprometer a integridade da votação, conforme certificou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Antes, em 2018, a corte também foi alvo de ataque digital, o qual teve consequências políticas mais sérias: dados do inquérito aberto para investigar o episódio foram vazados pelo presidente Jair Bolsonaro e usados para atacar a confiabilidade do sistema eleitoral.

O sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) foi invadido em janeiro de 2023. Houve a expedição de um mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, assinado por ele próprio. O episódio levou a apuração pela Polícia Federal.

Leia a nota completa do CFAOB:

O Conselho Federal da Ordem dos Advogados (CFOAB) informa que foi alvo de um ataque hacker na noite de domingo (26/3) e nesta madrugada segunda-feira (27/3). Não há, até o momento, indícios de que foram vazados ou sequestrados dados pessoais ou sensíveis. Por medida de segurança, foram retirados do ar o site e os sistemas da OAB Nacional, inclusive o Cadastro Nacional da Advocacia (CNA), por 48 horas.

O Conselho Federal da OAB trabalha para recolocar no ar os sistemas em segurança e identificar os responsáveis pelo ataque. Diante disso, ficarão suspensos os prazos relativos a processos eletrônicos que tramitam no Conselho Federal até o pleno restabelecimento dos sistemas.

Fonte: ConJur