Momento em que a polícia conseguiu dispersar os manifestantes do prédio do STF. Foto: Reprodução/ Tiago Angelo/ ConJur

O Parlamento Europeu aprovou na última quinta-feira (19), uma resolução que condena os ataques golpistas contra a democracia brasileira e responsabiliza o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pela situação.

O texto, que não tem poder de lei, foi aprovado por 319 deputados, com 46 votos contrários e 74 abstenções. Os parlamentares denunciaram a violência da extrema-direita e dos aliados de Bolsonaro, além de mencionar a prisão do ex-ministro da Justiça Anderson Torres. As informações são do portal UOL.

Conforme os deputados europeus, Bolsonaro teve um “papel instrumental” nos atos terroristas antidemocráticos cometidos por seus apoiadores na Praça dos Três Poderes, em Brasília, no último dia 8/1. Também citaram a atuação semelhante do ex-presidente dos EUA Donald Trump na invasão ao Capitólio ocorrida em 2021.

A resolução “lamenta as tentativas do ex-presidente Bolsonaro e de alguns de seus apoiadores políticos de desacreditar o sistema de votação e as autoridades eleitorais, apesar de não haver evidência de fraude eleitoral, e insta-os a aceitar o resultado democrático das eleições”.

O Parlamento Europeu teme que os ataques violentos da extrema-direita tenham se tornado um fenômeno mundial. O texto reconhece a conexão entre os atos terroristas em Brasília e “o fascismo transnacional crescente, o racismo e o extremismo“.

Ainda segundo a análise dos deputados, episódios do tipo são fortalecidos devido a estratégias de desinformação — especialmente nas redes sociais, que teriam fracassado em “moderar ou limitar a difusão de campanhas antidemocráticas“.

Para eles, os algoritmos “desempenharam um papel fundamental nesses eventos ao amplificar a retórica agressiva e a violência e ao facilitar a mobilização e a disseminação da desinformação“.

O documento ainda apoia os esforços em andamento — principalmente do Ministério Público Federal e do Supremo Tribunal Federal — para processar e responsabilizar os envolvidos, incluindo instigadores, organizadores, financiadores e instituições estatais que se omitiram. Há uma preocupação especial com a atuação do Governo do Distrito Federal e da Polícia Militar. Por fim, a resolução expressa solidariedade ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e às instituições brasileiras.

Fonte: ConJur