Ciro, André, Sarto, Roberto Cláudio e Carlos Lupi defendem que o PDT faça oposição a Elmano

O deputado federal André Figueiredo, enquanto primeiro vice-presidente nacional do PDT, vai assumir, com a licença do presidente Carlos Lupi, hoje ministro da Previdência Social do Governo Lula, a presidência nacional do PDT, acumulando-a com o comando do diretório estadual. André ainda está fora do País, como também estão Ciro Gomes e o prefeito de Fortaleza, José Sarto. Todos, porém, estarão em Fortaleza, a partir do dia 15, quando a direção estadual reunir-se-á para fixar sua posição em relação à administração do Estado do Ceará. O caminho é o da oposição que alguns estão chamando de  oposição “responsável”.

Três deputados do partido (dois estaduais: Salmito Filho e Oriel Nunes Filho,  e um federal: Robério Monteiro) foram convocados para o secretariado de Elmano  à revelia do comando da agremiação. E nem eles próprios comunicaram o fato aos dirigentes estaduais. Não sofrerão represálias, mas não poderão utilizar o nome da agremiação no Governo. O PDT, contrariando a posição do senador Cid Gomes, e outros filiados de menor significado, fixará sua posição de oposicionista, mesmo venha admitindo a possibilidade de sofrer defecções de filiados. Carlos Lupi, André Figueiredo, Ciro Gomes, Roberto Cláudio e o prefeito de Fortaleza, José Sarto, já decidiram ser oposição ao Governo Elmano.

E a primeira ação a marcar a posição da agremiação será adotada quando da renovação da composição da Mesa Diretora da Assembleia, a ser eleita no dia primeiro de fevereiro, logo após a posse dos deputados estaduais. O PDT quer ter um dos seus deputados como presidente do Poder Legislativo, sob o argumento de ser a bancada majoritária, e o deputado a ser escolhido é um dos que tenham ficado ao lado do candidato derrotada da agremiação na disputa ao Governo do Estado, alegando, também, um acordo celebrado há dois anos, sob as bençãos do senador Cid Gomes, de Evandro Leitão e do ex-presidente da Assembleia, Zezinho Albuquerque, ainda no PDT, segundo o qual não poderá, nenhum dos que atualmente estejam na direção do Legislativo cearense, fazer parte da nova administração do legislativo.

O tal acordo de que quem do PDT fizesse parte da atual Mesa Diretora não poderia participar da próxima, para dar oportunidade a todos os pedetistas de chegarem ao comando do Poder Legislativo, foi feito no momento de uma disputa que ameaçava a hegemonia da bancada, pois o ex-governador Camilo Santana queria que fosse presidente o atual, Evandro Leitão. A direção estadual do PDT incentivada por alguns deputados, vai cobrar o cumprimento desse acordo. Mas não é apenas a questão do novo presidente da Assembleia que será apontada para a determinação de que o partido fique na oposição a Elmano.

Há também o fato de o PDT não abrir mão de disputar a Prefeitura de Fortaleza, e não aceitar que sendo aliado do Governo, este tenha o seu próprio candidato à sucessão do prefeito José Sarto. Todos do PDT estão certos de que Elmano apoiará Luizianne Lins, do seu partido, abertamente. Os pedetistas queriam que o comportamento de Elmano fosse igual ao de Camilo Santana que, em todas as eleições municipais, enquanto foi governador do Estado, em nenhum momento apoiou o candidato do PT à Prefeitura de Fortaleza, aguardando o segundo turno da disputa para integrar o palanque do candidato do PDT.