Presidente da Republica, Lula e Presidente do Senado Federal e Câmara dos Deputados, Arthur Lira e Rodrigo Pacheco. Foto: Reprodução

Durante seu discurso de posse, hoje (1º), no Congresso Nacional, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que os diretos e interesses da população, o fortalecimento da democracia e a retomada da soberania nacional serão os pilares do seu novo governo. “Nenhuma nação se ergueu nem poderá se erguer sobre a miséria de seu povo”, disse.

Lula lembrou da sua primeira posse, em 1º de janeiro de 2003, quando se comprometeu com a soberania alimentar da população. “Ter de repetir este compromisso no dia de hoje, diante do avanço da miséria e do regresso da fome que tínhamos superado, é o mais grave sintoma da devastação que se impôs ao país nos anos recentes”, disse.

A mensagem do presidente foi de esperança e reconstrução. “Em 2002, dizíamos que a esperança tinha vencido o medo, no sentido de superar os temores diante da inédita eleição de um representante da classe trabalhadora. Em oito anos de governo deixamos claro que os temores eram infundados. Do contrário, não estaríamos aqui novamente”, destacou.

Segundo Lula, o diagnóstico feito pela equipe de transição de governo, será amplamente divulgado, “para que as pessoas saibam como é que encontramos o país e cada um faça sua avaliação”.

“Esvaziaram os recursos da Saúde. Desmontaram a Educação, a Cultura, Ciência e Tecnologia. Destruíram a proteção ao Meio Ambiente. Não deixaram recursos para a merenda escolar, a vacinação, a segurança pública, a proteção às floresta e assistência social, desorganizaram a governança da economia, dos financiamentos públicos, do apoio às empresa, aos empreendedores e ao comercio externo, dilapidaram as estatais e bancos públicos, entregaram o patrimônio nacional”, citou. “É sobre estas terríveis ruínas que assumo o compromisso de, junto com o povo brasileiro, reconstruir o país e fazer novamente um Brasil de todos e para todos”.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva quebrou o protocolo e contou a origem da caneta que usou para assinar o documento que formaliza seu terceiro mandato como presidente da República. Antes mesmo de ler o discurso de posse, e após jurar respeitar a Constituição, ele contou que ganhou a caneta de presente de um cidadão na campanha eleitoral de 1989, depois de um comício em Teresina, no Piauí, quando caminhava no centro da capital piauiense na companhia de Welington Dias, depois eleito governador do estado.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse na Câmara dos Deputados, no seu discurso de posse, que o lema do seu governo será “Democracia Para Sempre”. Ele lembrou que o lema do País após a redemocratização foi “Ditadura Nunca Mais” e que agora o importante é reconstruir em bases sólidas a democracia no País.

Sem citar nomes, Lula disse que nunca os recursos do Estado foram tão vilipendiados de forma tão abjeta para a manutenção de um projeto de poder como no governo anterior, quando predominou “o individualismo e a destruição do Estado em nome de supostas liberdades individuais”. Segundo ele, “a liberdade que pregam é a subjugação dos mais fracos”.

“Quem errou responderá por seus erros, dentro do devido processo legal. Ao ódio, responderemos com amor; à mentira com a verdade”, disse.

Lula lembrou a afirmação que fez no seu primeiro discurso de posse, em 2003, que a missão de sua vida estaria cumprida quando cada brasileiro e cada brasileira pudesse fazer três refeições por dia. Ele repetiu o compromisso, tendo em vista o crescimento da miséria e da fome nos últimos anos.

Meio Ambiente 

Lula também prometeu adotar uma política de desmatamento zero da Amazônia e de emissão zero de gases responsáveis pelo aquecimento global. O presidente disse que é possível desenvolver o potencial agrícola do país sem desmatar qualquer área nova, mas apenas aproveitando áreas de pastagem, já desmatadas ou degradadas.

Ele relacionou a política ambiental à necessidade de demarcação de áreas indígenas. O presidente disse que cada área demarcada é uma proteção ao meio ambiente e que existe uma “dívida histórica” do país com os indígenas.

Economia 

Lula defendeu a responsabilidade fiscal, mas anunciou que vai acabar com o teto de gastos. Ele disse que é possível fazer uma condução econômica responsável e ao mesmo tempo incentivar setores como o industrial e o digital.

Ainda disse que os bancos estatais, como o BNDES, terão o papel de induzir o crescimento e estimular a economia. “O Brasil é grande demais para renunciar a seu potencial produtivo. Não faz sentido importar combustíveis, fertilizantes e outros produtos”, disse.

Ele anunciou ainda a retomada de 14 mil obras paradas, do programa Minha Casa Minha Vida e a criação de um novo PAC – o Programa de Aceleração do Crescimento, adotado em mandatos anteriores.

Fonte: Agência Câmara