A relação contratual entre a Prefeitura de Acopiara e a construtora começou em 2019 e segue até hoje. Já foram transferidos mais de R$ 3.500.000,00 dos cofres públicos para a referida empresa. Foto: Reprodução

Decisão do Tribunal de Justiça do Ceará, de ontem (19), afastou do cargo, por um período de 180 dias, o prefeito do Município de Acopiara, Antônio Almeida Neto, atendendo pedido de representante do Ministério Público do Estado do Ceará, por intermédio da Procuradoria de Justiça dos Crimes contra a Administração Pública (PROCAP).

Ao próprio pessoal do Ministério Público coube a deflagração, nesta última quarta-feira (19/10) da operação “Carona”, com o objetivo de investigar possíveis crimes de corrupção, fraude em licitações, falsidade ideológica, associação criminosa e lavagem de dinheiro envolvendo servidores públicos e representantes de uma empresa que presta serviço à prefeitura de Acopiara.

Com o apoio da Polícia Civil, foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão e de afastamento da função pública de 180 dias dirigidos ao prefeito, à secretária de Gabinete, ao secretário de Obras e Infraestrutura e a mais dois servidores que atuavam como motoristas do chefe do executivo municipal, e contra empresários. A Justiça também autorizou a quebra dos sigilos bancários e fiscal dos envolvidos para aprofundar as investigações.

Os mandados foram cumpridos em Acopiara, Iguatu e Fortaleza. Foram apreendidos documentos, telefones celulares, computadores, além de uma quantia em dinheiro vivo, de aproximadamente R$ 12 mil, encontrados na casa de um dos alvos, e munição.

A pedido do MP, o Poder Judiciário também determinou que a Prefeitura suspendesse o contrato com a empresa investigada. Há diversas obras com indícios de ilegalidades. O contrato com a referida empresa teria sido feito a partir da adesão a uma licitação já em vigor celebrada entre a construtora e a Prefeitura de Mombaça. Esse procedimento também é conhecido por licitação “carona”, daí o nome da operação. O MPCE informa que a Prefeitura de Mombaça não é alvo da investigação.

A relação contratual entre a Prefeitura de Acopiara e a construtora começou em 2019 e segue até hoje. Já foram transferidos mais de R$ 3.500.000,00 dos cofres públicos para a referida empresa.

Fonte: MPCE