Guilherme Sampaio entende que a matéria poderá trazer mais desigualdade educacional. Foto: CMFor.

O vereador de Fortaleza, Guilherme Sampaio (PT), apresentou requerimento direcionado ao Conselho Nacional da Educação (CNE) com o objetivo de garantir uma ampla e qualificada discussão sobre o homeschooling, antes do projeto ser levado para o plenário do Senado Federal.

Na quinta-feira (19), a Câmara dos Deputados aprovou Projeto de Lei que autoriza o ensino domiciliar no Brasil. A matéria, agora, vai para o Senado, onde os senadores poderão fazer alterações no texto da proposição.

Para o parlamentar, a aprovação da matéria com urgência demonstrou a pouca atenção do Governo Federal e dos governistas com a Educação. “É preciso que se respeite os profissionais da educação, é inaceitável a aprovação de um projeto sem discussão na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados e sem um debate amplo com os gestores e pesquisadores da educação no Brasil“, pontuou o petista.

Segundo Guilherme, a desobrigação dos pais em manter os filhos no ambiente escolar, tira das crianças e adolescentes uma série de direitos e aprendizagens que são ensinados naquele espaço. “Tirar da criança a vivência escolar é tirar dela espaços de convívio, espaços de trocas onde as crianças e os adolescentes aprendem os códigos culturais, são confrontadas com o diferente, com a diversidade do ambiente escolar, e isso se faz em grupo. Precisamos unir pais, professores, gestores da educação, universidades, pesquisadores e dar um basta no projeto“, bradou.

Outro ponto levantado por Guilherme Sampaio é sobre a desigualdade educacional, especialmente após o período de pandemia que vivemos. “Quem vai repor o prejuízo causado à aprendizagem daquelas crianças cujos pais escolheram pela educação domiciliar sem estarem formados para essa tarefa?“, questionou.