Clima na CPI foi menos tenso do que na reunião ocorrida na semana passada, com a presença do vereador Sargento Reginauro. Foto: ALECE.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa, que investiga possível envolvimento das associações de militares com financiamento de movimento paredista no Ceará, ouviu, na tarde desta terça-feira (19), o policial Rêmulo Silva. Ele é o terceiro convidado da Comissão de investigação e foi o diretor financeiro da Associação dos Profissionais de Segurança (APS) quando dos motins ocorridos no Estado no ano de 2020.

Em sua participação, o ex-diretor da APS afirmou saber da retirada de recursos da entidade e seus repasses. Ele destacou que sua rotina permitia que soubesse de todos os pagamentos feitos durante sua gestão. “Eu procurava ficar ciente de tudo. Como diretor financeiro, procurei saber de todas as operações que aconteciam”, disse.

De acordo com ele, por mês, a movimentação para pagamentos na entidade era da ordem de R$ 40 mil. “Tínhamos necessidade de realizar saques mensais. Eu precisava, no mínimo, de R$ 40 mil por mês, para realizar ações internas e externas da associação”, disse ele afirmando que o valor era retirado na boca do caixa.

“Concordo que o resultado de tudo isso, quem vai ganhar é a sociedade. Acho importante esse momento para que algumas coisas fiquem esclarecidas ou pelo menos a gente procurar trabalhar junto disso” – (Rêmulo Silva)

Sobre o saque de R$ 89 mil, no início de 2020, o depoente afirmou que isso foi necessário quando Sargento Reginauro saiu do comando da presidência da APS, visto que poderia ocorrer demora para liberação do dinheiro pelo banco, como teria ocorrido no passado. “Na saída dele fiquei preocupado de não ter como fazer os saques e os pagamentos. Por medida de precaução fiz o saque desses valores. A gente ficou utilizando esse valor por um bom tempo”, disse.

Rêmulo afirmou que não participou de reunião com o Governo quando membro da Associação dos Profissionais de Segurança, afirmando que o deputado Soldado Noélio foi quem fez o convite a militares para discutir um acordo entre o Executivo e os agentes da Segurança Pública.

Segurança

Deputado Elmano de Freitas insistiu no questionamento sobre a participação de membros da APS junto com membros do movimento paredista. De acordo com ele, a associação não participou dos atos, ainda que Cabo Sabino, que está sendo investigado pela controladora da Polícia Militar, e a senhora Nina, resolveram continuar na paralisação.

“Em outro momento, que não teve ligação com o acordo, criou o evento do fechamento dos quartéis”, disse. Ainda de acordo com o ex-representante da Associação, as informações sobre a participação de Cabo Sabino e Nina foram divulgadas na imprensa. Segundo revelou, Sargento Reginauro esteve presente não como “criador” do movimento, mas negociou por estar preocupado com a segurança e bem-estar dos envolvidos.

Veja trecho da discussão entre o presidente da CPI, Salmito Filho, e o deputado Soldado Noelio: