Elmano de Freitas afirmou que existem nomes no PDT com mesmo posicionamento de Ciro Gomes em relação ao PT e Lula. Foto: Miguel Martins.

O deputado estadual Elmano de Freitas (PT) disse ao Blog do Edison Silva que petistas querem uma conversa com o governador Camilo Santana, antes de ele deixar o Governo do Estado até o dia 2 de abril, para saber dele quem será o candidato do PDT a governador do Estado, para que ele e outros possam avaliar se o nome é uma pessoa que respeitará a candidatura do ex-presidente Lula, ou se será uma pessoas afinada com o discurso do presidenciável Ciro Gomes, hostil ao candidato a presidente do PT.

Elmano faz parte do grupo, também integrado pelos deputados federais José Airton Cirilo e Luizianne Lins, contrário à manutenção da aliança com o PDT cearense. Camilo não terá a resposta que Elmano quer. E se tivesse não diria.

Os três (Elmano, Luizianne e Zé Airton) fizeram uma assembleia virtual, recentemente, antes da reunião do diretório estadual do PT, defendendo a candidatura própria ao Governo do Estado e fazendo provocação ao governador Camilo Santana, fiador da aliança PT/PDT, recebendo, em seguida uma resposta dura do chefe do Executivo cearense. A reunião do diretório estadual do PT, em seguida ao encontro dos dissidentes, aprovou a manutenção da aliança com o PDT e oficializou a candidatura do governador Camilo ao Senado na chapa do candidato a governador pelo PDT.

O deputado estadual Elmano de Freitas disse ser “inaceitável” as constantes críticas do presidenciável Ciro Gomes contra o Partido dos Trabalhadores (PT) e contra o ex-presidente Lula. De acordo com ele, é preciso que o nome da base aliada seja escolhido o quanto antes, até uma eventual saída de Camilo Santana do Governo do Estado, prevista para abril próximo.

De acordo com o petista, a postura do pedetista não permite que o PT tenha uma boa relação com Ciro Gomes neste momento. “É inaceitável a postura dele contra o PT e contra o ex-presidente Lula”, disse. Segundo Elmano, é preciso que os aliados decidam, até a saída de Camilo Santana do Governo do Estado, em abril, sobre quem será o nome que representará a aliança na disputa eleitoral ao Palácio da Abolição.

“Temos que definir logo o candidato que será apoiado pelo PT, pelo PDT, pelo Camilo e pela aliança. Óbvio que prefiro uma candidatura do PT, porque tem uma relação direta com a candidatura do Lula. mas há candidatura no PDT que, evidentemente, tem linha absolutamente cirista, na mesma linha do Ciro. Se for um nome assim, vou insistir de termos uma candidatura própria”, afirmou.

Para Elmano, caso o nome escolhido pelo PDT se apresente de forma respeitosa ao nome do ex-presidente Lula e ao PT haverá espaço para sentar e conversar. “É preciso termos respeito, unidade ao projeto do Ceará. Mas isso depende muito da negociação que vamos fazer. A depender da questão do PDT, prefiro a candidatura do PT. Se considerar a história do Lula e do PT do Ceará, podemos encontrar um entendimento. Não pode ter veto, mas também não pode ter imposição. Se houver possibilidade de posição comum, que possamos construir”.

Governo

Segundo o deputado, o momento ainda é de muita apreensão, principalmente, no que diz respeito à disputa proporcional, uma vez que ainda se aguarda decisão sobre o modelo da federação partidária. “Se o partido integrar uma federação, a condição do deputado será uma e se não, será outra. Pelo que está posto, o PT deve ter crescimento da bancada estadual e federal. Mas quem vai decidir isso é o eleitor. Estamos construindo uma unidade muito importante e temos o melhor candidato ao Senado, que é o Camilo, uma alternativa positiva ao Governo do Estado e a candidatura do presidente Lula. Isso nos anima para que aumentemos a bancada estadual no Ceará”, disse.

Veja trecho da fala do deputado Elmano de Freitas:

No domingo passado (06), Elmano de Freitas, ao lado de Luizianne Lins, José Airton e outros membros dissidentes da legenda, divulgaram nota sobre a reunião do diretório estadual e sua política de alianças. Segundo eles, não houve decisão da sigla sobre ocupar chapa com outros partidos bem como qualquer definição sobre tática eleitoral. A nota explica, ainda, que foi aprovada, por unanimidade, moção de solidariedade ao ex-presidente Lula, “alvo de reiterados ataques pelo pré-candidato à presidência Ciro Gomes”.