Assim como a maioria dos vereadores da Casa, Gabriel Aguiar é favorável ao projeto que obriga a apresentação do documento. Foto: CMFor.

Em meio a tantas opiniões, muitas delas baseadas em conceitos emocionais e até religiosos, o vereador Gabriel Aguiar (PSOL), mestre em ciências biológicas, resolveu dar sua contribuição sobre o assunto que vai nortear os trabalhos na Câmara Municipal de Fortaleza nos próximos dias: o projeto do prefeito Sarto (PDT) que versa sobre o “passaporte de vacinação”.

De acordo com o parlamentar, a medida é importante para evitar a transmissão de novas variantes, bem como a manutenção do distanciamento social, uso de máscaras e álcool em gel e imunização completa.

Aguiar ainda não havia se pronunciado sobre o assunto pois acreditava que se tratava de algo pacificado, o que se verificou, com as recentes manifestações de parlamentares bolsonaristas, que não. Para ele, há uma minoria no País que vem se colocando contra todas as medidas sanitárias no combate à Covid-19, e se a maioria tivesse dada atenção ao que foi falado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, a respeito do novo coronavírus, não teríamos 615 mil mortos, mas mais de 1 milhão.

“Para quem não sabe, o vírus é adaptável e essa sequência de base se modifica o tempo todo. Entrando em contato com alguns pouquíssimos grupos sem vacinação, essas mutações entram em contato com o vírus e ele pode sofrer um filtro de reprodução seletiva que vai transformá-lo em nova variante”, explicou.

“O segundo lockdown, as novas ondas, as altíssimas mortalidades são consequências de pessoas que estão atrapalhando a gestão da Covid. Esses números de 600 mil mortos passariam facilmente de 1 milhão se 1 por cento das pessoas aceitasse as medidas que o Bolsonaro tem pregado”, criticou.

“Essa discussão é anacrônica. Está no século errado. Precisamos dar um passo à frente e se manter do lado de quem sempre esteve certo no combate à pandemia. Cloroquina, Ivermectina, não funcionam. O que funciona é manter o uso do álcool 70%, higienização, máscara, distanciamento e vacina, vacina e vacina” – (Gabriel Aguiar)

O parlamentar lamentou que o combate ao vírus tenha sido atrapalhado por pessoas que são contra o distanciamento social, uso de máscaras, vacina e higienização, e são favoráveis a aglomerações. De acordo com ele, aquelas pessoas que acham que há algum risco nas vacinas precisam ser acolhidas, educadas e vacinadas. “Infelizmente, ainda existe um grupo muito pequeno que se nega a receber a vacina. Sobre o passaporte da vacina, Aguiar destacou que a obrigatoriedade precisa ser melhorada com mais fiscalização.

Trecho do discurso do vereador Gabriel:

A vereadora Cláudia Gomes (DEM) destacou a importância dos relatos de Aguiar, que é um estudioso do assunto, afirmando ainda que há muito preconceito no tema. Segundo ela, diferente de outros tempos, é preciso que as pessoas se conscientizem das medidas apresentadas pelas autoridades e colaborem para o fim da pandemia.

Jorge Pinheiro (PSDB) também se debruçou sobre o tema e disse ter medo de vacinar o filho de 13 anos. Segundo ele, ao falar sobre o “passaporte de vacinação”, seria justo que seus pares não discutam como sendo um lado contra o outro.

Já Priscila Costa (PSC) afirmou que é preciso tratar as informações recebidas de maneira séria. Ela é contrária à obrigatoriedade da apresentação do documento de imunização.