Pretensa candidata à deputada federal, Priscila Costa, na foto ao lado do presidente Bolsonaro, tem levantado bandeiras de caráter conservador. Foto: Divulgação.

Diferente do que aconteceu na Assembleia Legislativa do Ceará, que desaprovou a realização de audiência pública para discutir o “passaporte de vacinação” proposto pelo governador Camilo Santana, a Câmara Municipal de Fortaleza aprovou requerimento para debater o tema, o que deve acontecer na terça-feira (07).

A reunião servirá, dentre outras coisas, de palco para parlamentares bolsonaristas que são contra a exigência de apresentação do documento.

Outra coisa em comum entre esses parlamentares é a pretensão de serem candidatos a cargos eletivos no próximo ano. A autora do pedido, a vereador Priscila Costa (PSC), por exemplo, desde 2018 busca uma das 22 vagas do Ceará na Câmara dos Deputados.

A aprovação do requerimento para realização da audiência se deu na última quarta-feira (01/12) na Comissão de Seguridade e Saúde da Câmara. Apesar de muitas pessoas terem ido à sede do Legislativo da Capital cearense protestar contra o passaporte, a presidente do colegiado, a vereadora Cláudia Gomes (DEM), afirmou que o requerimento foi aprovado porque os membros do grupo entenderam que a audiência para debater o tema é “democrática”.

Os vereadores Carmelo Neto (Republicanos), Sargento Reginauro (PROS) e Jorge Pinheiro (PSDB), assim como deputados, dentre eles Delegado Cavalcante (PTB), devem participar do debate. Todos são pretensos candidatos em 2022.

A audiência pública, solicitada por Priscila Costa, ainda em setembro passado, acontecerá no auditório da Câmara Municipal, a partir das 15 horas. Em suas redes sociais, a parlamentar convida qualquer pessoa a se fazer presente e sugere que essa leve um acompanhante, com cartazes e faixas contra o passaporte de vacinação.

A principal crítica da parlamentar diz respeito ao que ela chama de “riscos” para a liberdade individual das pessoas. “Encontrei no povo de Fortaleza, o encorajamento e a força que precisava para aprovar a audiência pública que trata do passaporte sanitário. Seremos ouvidos, e lutaremos até o fim, para que vacinas sejam usadas para promover saúde, e jamais se tornarem pretexto de políticos para criar burocracia, segregar pessoas e ferir liberdades”, disse em nota.
Ao Blog do Edison Silva, Priscila afirmou que a Organização Mundial da Saúde não recomenda a utilização do passaporte. No entanto, ela disse que a audiência servirá para ouvir todos os lados, favoráveis e contrários. Por isso o convite foi estendido para as secretarias de Saúde da Prefeitura de Fortaleza e do Governo do Estado.