Ronaldo Martins tratou o tema como “denúncia” e, junto com outros parlamentares, pede esclarecimentos da Secultfor. Foto: CMFor.

Em mais uma sessão ordinária realizada na manhã desta quarta-feira (10), vereadores da ala conservadora voltaram a tratar da “ideologia de gênero”, tema esse abordado há cerca de três semanas na Câmara Municipal de Fortaleza.

Durante a plenária, os parlamentares criticaram edital do Vila das Artes para ingresso de turmas no curso de audiovisual, que segundo disseram, favorecem a linguagem neutra e participação de pessoas trans.

Os vereadores querem que o secretário de Cultura, Elpídio Nogueira, irmão do prefeito Sarto, explique com que fundamento este tipo de edital foi autorizado, uma vez que na avaliação deles, vai de encontro ao que já foi aprovado pela Casa Legislativa.

Ainda durante a sessão, o vereador Jorge Pinheiro (PSDB), voltou a cobrar resposta da liderança do Governo sobre “placas de gênero” instaladas em Cucas da cidade. “Queremos saber quem autorizou, baseado em que ato normativo e queremos que sejam retiradas. O Governo Sarto não vai tirar essas placas e vai declarar apoio à ideologia de gênero em Fortaleza?”, questionou.

Ronaldo Martins (Republicanos) tratou como “denúncia” uma informação que recebeu sobre edital para nova turma do curso de audiovisual do Vila das Artes, equipamento cultural do município. Segundo ele, o curso mencionado autoriza o uso de linguagem neutra, sem qualquer legislação que o autorize. “É uma usurpação da língua portuguesa. A Constituição Federal estabelece que a língua portuguesa é nosso idioma oficial”, defendeu.

Jorge Pinheiro apontou que não existe procedimento legal que garanta a existência do edital, que segundo disse, coloca como preferência para ingresso no curso pessoas negras, pardas e aquelas que e se declarem trans. “Por quê? É impressionante como querem impor goela abaixo”, reclamou.

Sargento Reginauro (PROS) corroborou com seus pares e solicitou esclarecimentos do secretário de Cultura para o fato, que em sua avalição, “está se tornado cada dia mais recorrente. É placa, é edital, sem nenhuma regulamentação. Como isso está acontecendo dentro da cidade de Fortaleza?”, questionou.

Presidente da sessão, o vereador Adail Júnior (PDT) afirmou aguardar protocolo para enviar ao presidente da Casa, Antônio Henrique (PDT). “Nosso presidente é contra, sabemos da posição dele que votou contra a ideologia de gênero, como eu também”, disse o pedetista.