Kátia Abreu (PP) quer dobrar a atuação das diplomatas em 30%. Foto: Reprodução/TV Senado.

A Comissão de Relações Exteriores (CRE) volta a se reunir na próxima terça-feira (30), a partir das 8h30, para sabatinar nove diplomatas. Entre os nomes que aguardam avaliação da CRE, está o do ministro de primeira classe Pedro Miguel da Costa e Silva, indicado para chefiar a missão brasileira junto à União Europeia, que tem sede em Bruxelas, Bélgica.

Costa e Silva já serviu como chefe de chancelaria em Madri (Espanha) e Ottawa (Canadá). Atualmente ocupa o cargo de secretário de Negociações Bilaterais e Regionais nas Américas do Ministério de Relações Exteriores. A indicação (MSF 49/21) é relatada pelo senador Esperidião Amin (PP-SC).

Também está na lista a diplomata Márcia Donner Abreu, indicada para exercer o cargo de embaixadora do Brasil na Coreia do Sul. Entre outros cargos, Márcia Abreu foi delegada permanente adjunta do Brasil na Unesco; representante permanente adjunta do Brasil na Organização Mundial do Comércio (OMC) e embaixadora no Cazaquistão, Turcomenistão e Quirguistão entre julho e dezembro de 2018. Desde 2020, é secretária de Ásia, Pacífico e Rússia do Itamaraty.

A presidente da Comissão, senadora Kátia Abreu (PP), destaca a atuação das mulheres nas embaixadas. A parlamentar afirmou que pretende estimular e mostrar para o Itamaraty que as mulheres não querem ficar somente com a porcentagem de 15% de mulheres embaixadoras. ”Nós queremos ficar no nível dos países desenvolvidos, que são 30%. Além de sermos somente 15 [por cento], só sobra postos menos importantes. Classe A e B nunca sobra para as mulheres, e não é esse chanceler é ao longo de muitos anos”, comenta Kátia.

Ela explana que se não houver um consenso a partir dos diálogos que pretende ter com os superiores, um projeto será criado para impor essas transformações. ”Se eu não conseguir isso por bem, negociando, eu farei por projeto de Lei, por imposição para que isso aconteça. Acho que é sempre melhor negociar e discutir, não dando certo, é transformar em lei”, diz a senadora. Katia exalta os trabalhos das colegas parlamentares: ”A bancada feminina é muito competente, muito atuante tanto no Senado quanto na Câmara”. Ela complementa: ”mulheres não têm que ter prestígio ou benesses, elas não podem é ter desvantagens e desprestígios”.

Veja o posicionamento da senadora Kátia Abreu:

 

Seguem para decisão do Plenário:

MSF 49 Pedro Miguel da Costa e Silva para embaixador na União Europeia
MSF 50 Luís Antonio Balduino Carneiro para embaixador na Finlândia
MSF 59 Nelson Antonio Tabajara de Oliveira – Áustria
MSF 61 Agemar de Mendonça Sanctos – Belize
MSF 69 José Antônio Marcondes de Carvalho – Paraguai
MSF 74 Haroldo de Macedo Ribeiro – Polônia
MSF 75 José Mauro da Fonseca Costa Couto – Sérvia
MSF 77 Márcia Donner Abreu – Coreia do Sul
MSF 78 Sônia Regina Guimarães Gomes – República Tcheca

Senadora vê evolução da presença feminina

A senadora Leila Barros (Cidadania-DF) destacou a expressiva presença de mulheres entre os embaixadores sabatinados na reunião da Comissão de Relações Exteriores (CRE). Entre as 11 indicações analisadas pela Comissão na quinta-feira (25), cinco foram de embaixadoras. Elas foram indicadas para exercer suas funções na Suíça, Suécia, Hungria, Namíbia e Honduras. 

Para Leila, trata-se de uma realidade bem diferente do que ocorreu pouco mais de um ano. Ela ressaltou que, em setembro de 2020, a CRE sabatinou 32 nomes indicados para chefiar missões diplomáticas no exterior, sendo que 30 eram homens e apenas duas mulheres.

Na ocasião, lembrou a senadora, ela apresentou um requerimento de informações ao Ministério das Relações Exteriores sobre o tema. Leila disse que o Itamaraty respondeu com uma série de dados que indicavam que, na época, de um total de 196 chefes de postos em exercício, apenas 34 eram mulheres, ou seja, somente 17,35% de participação feminina entre os embaixadores brasileiros.

De acordo com a senadora, essa situação que vem mudando de forma positiva. ”Espero que o Itamaraty siga nesse caminho de reconhecimento da competência e da dedicação das mulheres brasileiras e de oportunidade para a ocupação dos espaços de poder. Apenas assim construiremos um país mais justo e também mais equilibrado”, disse a parlamentar.

Fonte:  Senado Federal.