Deputado do PCdoB defendeu uma nova reorganização por parte dos servidores públicos para garantia dos direitos salariais. Foto: ALECE.

O deputado Carlos Felipe (PCdoB) utilizou seu tempo na tribuna da Assembleia Legislativa do Ceará, na manhã desta quarta-feira (10), para lamentar a desvalorização dos servidores públicos nos últimos anos. Crítico da Reforma da Previdência em nível federal e estadual, o parlamentar lembrou que desde a gestão de Michel Temer que os funcionários públicos vêm apresentando perdas salariais constantes.

De acordo com o parlamentar, desde Michel Temer, e mais recentemente com Jair Bolsonaro, medidas “draconianas” vêm sendo adotadas contra o servidor público. “Tanto o Governo Temer quanto Bolsonaro têm adotado direitinho a cartilha do Paulo Guedes, do neoliberal. Fico triste com o servidor federal que apoia esse governo. Seis anos de reajuste zero e ainda está apoiando, é uma cegueira”, lamentou.

No âmbito do Governo estadual, Carlos Felipe, que vem adotando uma postura de distanciamento da gestão de Camilo Santana desde a aprovação da Reforma da Previdência, afirmou que perdas importantes vêm sendo registradas entre os servidores do Estado.

“Um médico que trabalhava em 2008, percebia R$ 6 mil por 20 horas. Hoje, se fizer o reajuste, deveria ganhar em torno de R$ 13 mil. Ele perdeu quase 100% de sua capacidade. A Seplag aponta perda salarial de 45%”, destacou.

“A Previdência aqui, em um ponto, foi pior, porque taxou a partir de R$ 2 mil. Mas foi menos ruim do que a federal. Mas está longe de ser um tratamento que o servidor público merece. O Ceará é o Estado que no País, percentualmente, é o mais investe. Deveria ser o que mais investe no servidor. Até porque é através do servidor público que o serviço é prestado” – (Carlos Felipe)

Ainda segundo Felipe, nos municípios uma grande parte dos servidores está terceirizada. “Você tem alto índice de contratados versus servidores efetivos. O Estado do Ceará fez concursos, está fazendo para saúde, fez para professor. Apesar de não concordarmos com a mudança na Funsaúde, porque afetará o servidor público. Já nos municípios tem alto índice de cooperativas”.

Segundo ele, essa situação é conflitante e há casos, como na Defensoria Pública de um defensor receber R$ 27 mil, enquanto que um assistente social terceirizado recebe menos de R$ 2 mil. “E isso dentro da Defensoria. Não são momentos bons para o servidor. Mas também é um momento de luta. É hora do servidor se reorganizar”, conclamou.

Veja trecho do discurso do médico e deputado Carlos Felipe: