Advogado e pastor André Mendonça foi indicado pelo presidente Jair Bolsonaro a uma vaga no Supremo Tribunal Federal. Foto: Reprodução.

Uma nova leva de mensagens apresentadas pela defesa do ex-presidente Lula ao Supremo Tribunal Federal mostra que o ministro André Mendonça se encontrou com membros da “Lava Jato” em 2019, quando era AGU (Advogado Geral da União), e combinou formas de apoiar a agenda política da autoproclamada força-tarefa.

No documento, a defesa de Lula mostra uma troca de mensagens dos Procuradores da República sobre uma reunião entre eles próprios e os chefes da Controladoria-Geral da União e da AGU. Após o encontro, eles fizeram “atas” resumindo o que tinha acontecido no encontro.

Um dos pontos que estavam nessas atas foi a defesa da prisão em segunda instância. E ali estava escrito: “AGU reverterá posição”.

Depois do encontro, Mendonça, que foi indicado pelo presidente Jair Bolsonaro a uma vaga no Supremo Tribunal Federal, fez exatamente isso. No julgamento da ADI 5.976, a AGU de fato defendeu a prisão após segunda instância.

Segundo a defesa de Lula, ainda houve outros frutos da reunião: foram apresentadas ações a partir de acordos de leniência e foi contratado um escritório de advocacia na Suíça.

Por fim, a manifestação do Brasil no Comitê de Direitos Humanos da ONU sobre o caso de Lula se deu “em total sintonia com os procuradores da ‘Lava Jato’ – e não com a defesa do Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos da ONU”.

Em relação a esse episódio, os advogados mostram que os Procuradores “assumiram a própria linha de manifestação de Estado brasileiro perante o Comitê de direitos Humanos da ONU, com a aquiescência dos órgãos envolvidos”.

A defesa de Lula é patrocinada pelos advogados Cristiano Zanin, Valeska Teixeira Martins, Maria de Lourdes Lopes e Eliakin Tatsuo dos Santos.

Fonte: site ConJur.