Sargento Reginauro exibe relatório mostrando superfaturamento em compras da Prefeitura de Fortaleza. Foto: Reprodução/TV Fortaleza – Blog do Edison Silva.

Na sessão desta quinta-feira (26), vereadores da Câmara Municipal de Fortaleza comentaram sobre a deflagração da Operação Cartão Vermelho 2, ocorrida na segunda-feira (23).

A ação investiga possíveis irregularidades no Hospital de Campanha montado no Estádio Presidente Vargas (PV) entre os meses de abril a setembro de 2020.

Sargento Reginauro (PROS) foi o primeiro a abordar o assunto. O republicano lembrou que propôs a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os problemas do empreendimento. Entretanto, não prosperou a iniciativa entre os vereadores.

“Está aí. O hospital nunca funcionou 100%. Foi fechado às pressas, dizendo a Prefeitura que tinha cumprido com sua missão, quando estava anunciado a chegada de uma segunda onda da Covid”, rememora.

Ele criticou a atuação da Associação Paulista para Desenvolvimento da Medicina (SPDM), uma Organização Social (OS) contratada para gerir o hospital. Segundo o vereador, a OS está envolvida em mais de 8 mil processos judiciais, respondendo a uma CPI em Santa Catarina e processos em São Paulo. “O fortalezense pagou pela contratação de uma empresa suspeita”, bradou.

Márcio Martins (PROS) apoiou a fala de seu correligionário. Citou sobre o trabalho da Polícia Federal em “bater na porta de pessoas da Prefeitura por causa da Covid” e que o Hospital foi levantado para fins eleitorais, visando o pleito municipal de 2020.

Conforme o vereador, a mesma OS, investigada na Operação, ainda mantém contratos com a Prefeitura de Fortaleza, e aconselhou o prefeito José Sarto (PDT) a cancelar os negócios com a SPDM. “Essa ‘bomba ‘não é sua. Afaste essa OS o mais rápido possível e mostre credibilidade à população de Fortaleza”, disse.

Adail Júnior (PDT) rebateu Reginauro. O pedetista afirmou que “não assina CPI politiqueira”, dizendo que “ainda espera resultados” da Operação Cartão Vermelho 2.

“Não vamos terminar mais isso? Vão ficar com essa ladainha até quando? O que esse povo da Controladoria Geral da União (CGU) está fazendo? Vão ficar com essa ladainha até a eleição [de 2022]? É politicagem mesmo”, questionou. Adail também defendeu o fechamento do Hospital de Campanha, que, na época, estava com poucos pacientes.

A investigação

Na última segunda-feira (23), a Polícia Federal, em conjunto com a Controladoria Geral da União (CGU), deflagrou a Operação, com objetivo de desarticular grupo investigado por supostos crimes de corrupção, malversação, desvio de recursos públicos federais e fraude em procedimento de dispensa de licitação, no contexto do enfrentamento da Covid-19, em específico no Hospital de Campanha no PV (Estádio Presidente Vargas).