Ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (PDT); o governador Camilo Santana (PT) e o senador Cid Gomes (PDT). Foto: Divulgação.

O senador Cid Gomes (PDT), ao contrário do que era esperado, já está tratando com toda desenvoltura da eleição do próximo ano. Ele tem recebido parlamentares, prefeitos e lideranças políticas dos vários partidos da base de apoio ao Governo do Estado, tratando especificamente de candidaturas proporcionais e, sem reservas, fala da sucessão estadual para dizer que o ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, pelo que as pesquisas internas apontam, no momento, é o nome natural para disputar o lugar hoje ocupado pelo governador Camilo Santana (PT), já definido como postulante ao lugar do senador Tasso Jereissati, cujo mandato termina em 31 de janeiro de 2023.

Cid, ao surpreender os interlocutores quanto as chances de Roberto Cláudio, ainda acrescenta ser o ex-prefeito da Capital cearense o nome mais forte eleitoralmente em Fortaleza, dando como exemplo o resultado da eleição do prefeito José Sarto, conduzida, pessoalmente, por Roberto. Mas, adianta, não haver ainda definição sobre o candidato a governador. Roberto Cláudio está de volta ao Ceará, após oito meses de estudo na Capital paulista. Ele retomará, presencialmente, os contatos políticos despreocupado com as especulações sobre os vários nomes apontados como prováveis candidatos ao Governo do Estado, inclusive o do próprio senador Cid Gomes, estimulados por alguns correligionários, como uma solução para evitar qualquer divergência interna.

Fortaleza concentra próximo de um terço do eleitorado do Estado, perto de 2 milhões. São eleitores, na sua maioria, infensos aos governantes de plantão. Ter um nome governista com aceitação nessa massa de votantes é uma boa perspectiva de sucesso eleitoral. A força da máquina do Governo no Interior, ajudada pela repercussão do nome do candidato no maior colégio eleitoral do Estado, é o suficiente para garantir uma vitória. O senador Cid Gomes quando diz que Roberto Cláudio é o melhor nome do seu grupo para suceder a Camilo Santana, baseia-se nesse raciocínio.

Roberto já foi testado em cinco oportunidades na Capital cearense: Na primeira delas, em 2012, virou o quadro do primeiro para o segundo turno da disputa pela Prefeitura de Fortaleza, quando concorreu com o hoje deputado estadual Elmano de Freitas, o candidato da prefeita Luizianne Lins. Em 2016, enfrentando o hoje deputado federal Capitão Wagner, venceu nos dois turno da refrega. E por fim, conduzindo pessoalmente, e quase exclusivamente a candidatura do prefeito José Sarto (o governador Camilo Santana praticamente não participou da campanha de Sarto, assim como estiveram ausentes os irmãos Ciro e Cid Gomes), impôs uma nova derrota ao Capitão Wagner, o segundo colocado.

Cid, no momento, parece estar mais atento às candidaturas de correligionários à Assembleia Legislativa, trabalhando sem as coligações proporcionais, embora os deputados federais tenham decidido restabelecê-las, ficando o Senado com o dever de rejeitá-la, principalmente por ter sido lá que essas coligações foram extirpadas das eleições brasileiras na reforma feita em 2017. O senador Cid tem dito a todos com quem já tratou de candidaturas para a Assembleia Legislativa, que o PDT deve eleger 14 deputados estaduais e ampliar sua representação na Câmara dos Deputados.

Atento ao movimento de negociações para troca de partidos, Cid já teria dito que não aceitará aliciamento de nomes do PDT. E quem tentar persuadir pedetistas, com promessas de facilitação para a conquista de um mandato, poderá sofrer revide. O projeto do PDT não inclui filiação de nomes que hoje estejam em siglas coligadas. Novas filiações só se forem de políticos fora da base aliada. É talvez um recado para PSD e PP, duas das agremiações que têm articulado adesões para composição de suas chapas ao Legislativo estadual.

Veja o comentário do jornalista Edison Silva sobre o trabalho de articulação política do senador Cid Gomes: