A expectativa do Governo Federal é que todos os brasileiros vacináveis recebam a primeira dose da vacina contra a COVID-19 até o próximo mês. E o Ministério da Saúde também estuda diminuir, a partir de setembro, o intervalo entre as doses da vacina da Pfizer para 21 dias. Foto: Divulgação/Cremerj

O Ministério da Saúde estuda a possibilidade de aplicar a terceira dose da vacina contra a COVID-19.  A pasta já encomendou um estudo para montar a estratégia de uma terceira dose em pessoas que tomaram a vacina Coronavac e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou estudo de terceira dose das vacinas da Pfizer e Astrazeneca no Brasil.
Em entrevista à FM Assembleia (96,7 Mhz), parlamentares estaduais comentaram a proposta do Ministério da Saúde.

O primeiro secretário da Mesa Diretora da AL, deputado Antônio Granja (PDT), que é médico, disse que a dose de reforço é oportuna porque a COVID-19 é uma doença ainda muito desconhecida e os cientistas estão pesquisando e debatendo sobre o novo coronavírus para avançar os estudos não só sobre a doença em si, como também na questão da vacina.

O parlamentar cita que alguns países já estão preconizando a necessidade da terceira dose, inclusive os Estados Unidos. ”Eu acho que é muito oportuno fazer essa dose de reforço. Mas nós temos ainda que avançar muito na questão da imunização, tanto na aplicação da primeira, como na aplicação da segunda dose, que está muito atrasada. Se vai ser dada a terceira dose só quando todas as pessoas tomarem a primeira dose é algo a se discutir. As entidades científicas vão se debruçar sobre o tema para saber qual e como obter o melhor resultado”, informou Antônio Granja.

Para o deputado Heitor Férrer (SD), também médico, não se pode fugir da ciência. Segundo ele, para gerar a chamada imunidade de rebanho, é preciso que o país tenha vacinado entre 60% e 70% da população. Os países que já atingiram esse percentual de vacinação tem o privilégio agora de, seguindo a ciência, fazer a aplicação de uma terceira dose. ”O grande problema do Brasil é que nós não temos avançado nessa vacinação como deveríamos. Com a segunda dose, temos apenas 25% de brasileiros vacinados. Ainda é muito pouco”, afirma o deputado.

O parlamentar acrescentou que tomou a vacina em fevereiro e já está na fase final de proteção contra a doença. Como é médico e todos os dias atende pacientes que podem estar com COVID-19, esses pacientes podem transmitir o vírus para ele. Por isso, explicou o deputado, que há a intenção de aplicar a terceira dose, esse dose de reforço, primeiro nos mais idosos e nas pessoas que fazem a saúde no Brasil, porque quem tomou a vacina em fevereiro já pode estar com a imunidade prejudicada, avalia Heitor Férrer.

No entendimento do deputado Acrísio Sena (PT), é preciso que a ciência avalie bem a decisão de aplicar ou não uma terceira dose da vacina. ”Os Estados Unidos já concluíram a aplicação da vacinação de suas respectivas populações. Mas nós, no Brasil, ainda não concluímos nem a primeira fase. Então, eles já podem ter essa garantia da terceira dose aplicada que nós não temos”, lembra o parlamentar.

Ele adianta que o fundamental é  concluir a vacinação de todos no Brasil. ”Nós temos que concluir a vacinação de todos e depois avançar para uma terceira dose principalmente da vacina da Coronavac, que foi constituída num contexto em que não havia tantas variantes da Covid como hoje”, pontua Acrísio Sena.

A expectativa do Governo Federal é que todos os brasileiros vacináveis recebam a primeira dose da vacina contra a COVID-19 até o próximo mês. E o Ministério da Saúde também estuda diminuir, a partir de setembro, o intervalo entre as doses da vacina da Pfizer para 21 dias.

Fonte: Assembleia Legislativa do Estado do Ceará