No Ceará, domicílios com abastecimento diário e estrutura para armazenamento de água é de 50,6%. Imagem: IBGE.

Indicadores Sociais de Moradia no Contexto da Pré-Pandemia de Covid-19 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que quase 38% da população tinha alguma dificuldade de acesso à água em 2019.

Os dados apontam que 22,4% dos domicílios não têm abastecimento diário ou estrutura de armazenamento de água e quase 12% eram abastecidos por outra forma que não a rede geral.

O estudo divulgado em junho aprofunda a análise das condições de vida da população brasileira, com foco em características dos domicílios: abastecimento de água; adensamento domiciliar; existência de banheiro e rendimento domiciliar.

Os indicadores foram gerados a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio – Contínua 2019 (Pnad-Contínua).

Pelo mapeamento, enquanto 9,8% da população morava em domicílios com seis ou mais pessoas, caracterizado como adensamento domiciliar, 22,0% viviam na pobreza e residiam com seis ou mais pessoas. Mais de 10% das pessoas residiam em domicílios nas áreas urbanas que, mesmo abastecidos principalmente pela rede geral de água, tinham frequência de abastecimento inferior à diária.

Nas áreas rurais, 18,8% moravam em domicílios sem rede geral. A região Nordeste apresentou o maior percentual de população residente em domicílios abastecidos pela rede geral de água, mas com frequência de abastecimento inferior à diária, 24,8%.

O estudo mostrou ainda:
– No Norte, 10,7% da população residia em domicílios não ligados à rede geral de água e sem canalização;
– 8,1% da população que vivia na pobreza não tinha banheiro em casa;
– 27,0% dos brasileiros moravam em domicílios com três pessoas; e
– 19,7% residiam em domicílios com dois moradores por dormitório.

As áreas de Saneamento e Planejamento Habitacional da Confederação Nacional de Municípios (CNM) lembram que o acesso à água é um direito humano, pois o recurso natural é essencial para atender às necessidades básicas humanas relacionadas à higiene, dessedentação e no preparo de alimentos, entre outros usos. No contexto da pandemia, ressaltou-se a importância da disponibilidade de água de qualidade para lavar as mãos, reduzindo o risco de contágio do vírus.

Universalização

Diante disso, as áreas acreditam que os números do IBGE apontam a necessidade de grande esforço de universalizar o acesso a todos os brasileiros. No caso dos domicílios sem abastecimento diário ou estrutura de armazenamento de água, os especialistas da entidade explicam que são as caixas d’água e as outras formas de rede geral são poços, cisternas e caminhão-pipa.

As políticas de habitação e saneamento, conforme esclarecem as áreas técnicas, precisam contemplar não só a ampliação da rede de distribuição de água, mas medidas de reservação de água e melhorias habitacionais que assegurem condições adequadas de moradia e existência de banheiros e condições sanitárias. Os indicadores sociais de moradia orientam a formulação de políticas federais de moradia. O estudo disponível AQUI.

Fonte: Agência CNM de Notícias, com informações do IBGE.