Dólar rondado os R$ 6,00. Foto: Divulgação.

O mercado financeiro começa a semana pós-Datafolha com alguma serenidade quanto à possibilidade da volta de um Lula competitivo, no ano que vem. Essa nova conjuntura político-eleitoral, ainda sem terceira via e com o petista bem à frente de Jair Bolsonaro, já está precificada pelo sistema financeiro. O que significa que Bolsa e dólar não sofreram sobressaltos. Aliás com a moeda americana rondando os R$ 6,00, esse fundamento já está consolidado num patamar alto pela própria atuação econômica do governo Bolsonaro. Assim como outros preços a exemplo de combustíveis, energia e a própria inflação de alimentos numa economia estagnada pela pandemia e o desemprego – que já vinha de antes e piorou durante o massacre da Covid-19 sobre o Brasil.

Algumas fontes do mercado, em contato com o Blog, disseram acreditar que o PIB brasileiro não tem uma preferência pontual por Lula. Porém, agora mais do que nunca, o mercado não teme as ideias do ex-presidente.

Até por isso mesmo: os agentes econômicos já o conhecem. Ouve-se desde já, em Brasília, que as sinalizações recentes estão mais para o Lulinha Paz e Amor, de 2002, do que o magoado Lula que deixou sua cela em Curitiba com um discurso mais duro.

Apesar da desconfiança com Lula (e mais com o PT), a ala purista do mercado já gostou mais de Bolsonaro. No entanto, o sonho da maioria mesmo é a terceira via. “Uma opção diferente dos dois, alguém que trouxesse menos conflitos e mais foco em reformas”, disse um analista que, por enquanto, prefere o off. Sobre Paulo Guedes, a esperança nele não passa de um fio. “É mínima. Para o mercado o principal problema de Guedes cair é o que isso sinaliza, e também quem seria o substituto”, arremata.

Ruth Cardoso

Tasso Jereissati lamenta profundamente a perda de Bruno Covas. E considera um grande retrocesso à uma volta aos pilares do PSDB de Mário Covas, seu avô. Uma social-democracia neoliberal, sim, mas com olhar social agudo. O senador cearense considera que Bruno faria o PSDB retornar às suas origens. A propósito da fala de Jereissati, vale destacar a grande relevância que o tucanato mais puro deu para a reconstrução da democracia pós-ditadura. E também da retomada econômica, com um misto de liberalismo e tecnologia social. Poucos lembram, mas o primeiro programa de transferência de renda abrangente do País foi criado por Dona Ruth Cardoso. A primeira-dama também foi uma grande apoiadora do Brasil Sem Fome do sociólogo (e “irmão do Henfil”) Betinho.