José Sarto Nogueira Moreira (PDT), 62 anos a completar em fevereiro próximo, natural do Município de Acopiara, é o 49º prefeito de Fortaleza, desde a criação da República. Ele foi eleito no segundo turno da disputa municipal de 2020, encerrada no dia 29 de novembro. Com mais de 30 anos de vida pública, toda ela no Legislativo, chegando a presidir tanto a Câmara Municipal de Fortaleza, na década passada, quanto a Assembleia Legislativa cearense, até o último dia do ano passado, quando teve de renunciar ao cargo de presidente e ao mandato parlamentar, para a chefia do Executivo municipal da Capital cearense. Ele administrará, no ano de 2021, um orçamento pouco superior a R$ 9 bilhões.

Sarto, embora receba uma Prefeitura devidamente organizada, defrontar-se-á com inúmeras dificuldades de ordem administrativa e política. Fortaleza, como todas as demais cidades brasileiras, ainda sofre as consequência da pandemia do coronavírus, com grandes reflexos em sua economia, e em dois importantes setores da governança, na saúde e na educação. Politicamente, pelo crescimento da representação oposicionista na Câmara Municipal, ele poderá experimentar alguns empecilhos, mesmo contando com uma expressiva maioria de aliados. A disputa pelo cargo de prefeito deixou algumas marcas, inclusive na bancada do PT.

Com a escolha do secretariado municipal, conhecido horas antes da posse, o novo prefeito de Fortaleza sinaliza para a continuidade do projeto executado pelo seu antecessor, Roberto Cláudio. Boa parte da sua equipe estava na administração finda em 31 de dezembro passado. Mas a população fortalezense, por certo, reclamará mais do novo governante. E é natural que faça isso, pois as gestões municipais últimas têm sempre avançado, e, dessa forma, sempre do novo prefeito é exigido mais, além, naturalmente, da ampliação natural dos serviços prestados à população que, crescendo consideravelmente a cada ano, exige mais escolas, mais equipamentos de saúde, dentre outros.

Há alguns anos se discute projetos para a Fortaleza do futuro. O novo prefeito terá a tarefa de começar executá-los, embora necessite de ajuda substancial dos governos estadual e federal, posto  suas limitações de recursos. O governador do Estado tem sido um bom parceiro, mas também tem suas limitações orçamentárias. O Governo Federal, nos últimos dois anos, em praticamente nada ajudou para o avanço da infraestrutura de Fortaleza. As últimas grandes obras feitas na Capital foram com recursos de endividamento externo.  A capacidade de contratar mais empréstimos de organismos internacionais ainda é boa, embora não seja aconselhável fazê-lo.

O vice-prefeito Élcio Batista (PSB), na parte do planejamento, pode dar uma boa colaboração para o sucesso da nova administração.