Bloco dos Nove” tem se posicionado como a verdadeira oposição ao prefeito Sarto. Foto: Divulgação/facebook.

Durante a definição dos nomes dos líderes de bancadas na Câmara Municipal de Fortaleza, a escolha da liderança de oposição gerou desavença entre membros de grupos opositores ao Governo Sarto. Isso porque, até o momento, existem dois blocos que são contrários à atual gestão, porém, com defesas ideológicas totalmente antagônicas. Membros de um lado não se sentem confortáveis sendo liderados por integrante do outro.

Um dos blocos é formado por vereadores do PROS, Republicanos, PSC, Podemos e indicou o nome de Márcio Martins (PROS) para liderar o grupo, tendo Priscila Costa (PSC) e Carmelo Neto (Republicanos) como vice-líderes. Os outros parlamentares que fazem parte desta bancada são: Julierme Sena, Sargento Reginauro, Inspetor Alberto e Bruno Mesquita, ambos do PROS; Ronaldo Martins (Republicanos) e Danilo Lopes (Podemos).

Esses vereadores foram eleitos através de coligação que apoiou o candidato derrotado nas eleições municipais para a Prefeitura de Fortaleza, no ano passado, Capitão Wagner (PROS). Outros três parlamentares também foram eleitos pelo grupo, mas resolveram fazer parte da base aliada do prefeito Sarto. São eles: Wellington Saboia e Germano Heman, do PMB; e Erivaldo Xavier, o “Cônsul do Povo”, do PSC.

Acontece que outro grupo também deve fazer parte da oposição ao Governo Sarto. Este bloco é formado, por enquanto, por dois vereadores do PSOL (Adriana “Nossa Cara” e Gabriel Lima) e três do PT (Guilherme Sampaio, Ronivaldo Maia e Larissa Gaspar), uma vez que a executiva municipal do PT definiu que se colocará contra a gestão atual e ainda não foi notificada sobre decisão contrária da estadual, ainda que tenha havido contestação da decisão do partido em Fortaleza.

Guilherme Sampaio, que preside o PT Municipal, e foi escolhido como membro da Mesa Diretora, afirmou ao Blog do Edison Silva que não há líder de oposição ainda, visto estar no início de uma nova Legislatura e não ter havido qualquer deliberação sobre o assunto. A vereadora Larissa Gaspar, que deve se manter como líder do partido na Câmara, disse que a legenda não participou da escolha de liderança para a oposição da Câmara.

Gabriel Lima, do PSOL, afirmou que a escolha de Márcio Martins (PROS) para liderar o bloco de oposição não é algo que o deixa confortável e disse que está analisando para ver o que pode fazer a respeito. Martins, por sua vez, afirmou que ainda não foi procurado pelos membros do PT e PSOL para que eles manifestem algum interesse. “Mas estou aberto ao diálogo, caso eles queiram”, disse.

Bolsonaro

A desavença entre os dois grupos se dá, principalmente, por motivação ideológica, uma vez que PT e PSOL são, a preço de hoje, partidos de oposição ao Governo Sarto mais à esquerda, enquanto que o “Bloco dos Nove” é, majoritariamente, de direita. Petistas e psolistas, inclusive, apoiaram o prefeito Sarto no segundo turno das eleições do ano passado, pois acreditavam que Capitão Wagner representava crescimento do bolsonarismo em solo cearense.

No “Bloco dos Nove”, inclusive, há vereadores que são dos mais admiradores dos atos do presidente da República, Jair Bolsonaro. São eles: Priscila Costa, Inspetor Alberto e Carmelo Neto. Em contrapartida, a oposição mais à esquerda é, justamente, o oposto e faz críticas a todas as ações de Bolsonaro.