O presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, afirmou que o uso de máscara e distanciamento social é imprescritível. ”Se estiver sem máscara, não vota” diz Barroso. Foto: Reprodução/ TSE

Na última segunda-feira (9), o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, e o presidente do Instituto do Coração (Incor), o médico cardiologista Roberto Kalil, conversaram sobre os cuidados sanitários adotados para as Eleições Municipais de 2020, durante uma live promovida pelo Google Brasil.

O evento virtual foi mediado pela presidente do Instituto Palavra Aberta, Patrícia Blanco, e está disponível nos canais no YouTube do TSE, do Google Brasil e do Instituto Palavra Aberta.

Durante cerca de uma hora, Barroso e Roberto Kalil Filho orientaram os eleitores a como irem às urnas no próximo domingo (15) sem colocar a sua saúde e a de outros em risco. O médico participa da campanha do TSE que divulga os cuidados sanitários para as eleições deste ano.

Logo no começo da conversa, Kalil afirmou que o convite para participar da campanha do TSE de conscientização sobre o voto com segurança o deixou muito honrado. ”Para mim, como brasileiro e como médico, é extremamente importante, como todos sabem, as pessoas irem votar, mas irem votar, mesmo numa pandemia, com segurança”, disse. Ele destacou que os cuidados que foram adotados pela Justiça Eleitoral minimizam o risco à saúde dos eleitores.

Ao responder sobre a exigência do uso de máscaras na seção eleitoral, Luís Roberto Barroso disse que o que deve prevalecer é o entendimento da ciência. Ele lembrou que as duas grandes recomendações do Tribunal Superior Eleitoral para a segurança, em geral e nas eleições, em particular, são o uso da máscara e o distanciamento social.

”Vi um anúncio na TV americana que dizia: ‘A máscara diz muito sobre quem a usa, mas diz mais sobre quem não a usa’. É uma despreocupação com o outro, não é mais uma questão de livre-arbítrio”, afirmou Barroso, antes de concluir: ”Se estiver sem máscara, não vota”.

Segundo Barroso, o Ministério da Saúde cedeu ao Tribunal 3 milhões de máscaras, que poderão ser distribuídas aos eleitores que eventualmente chegarem à seção eleitoral sem o equipamento de proteção individual.

Ao responder sobre o efeito das fake news no enfrentamento da COVID-19, o médico Roberto Kalil Filho reconheceu que houve muita desinformação no começo da quarentena, mas que em nenhum momento isso chegou a atrapalhar o trabalho de combate à pandemia. Para Kalil, no geral, a resposta do país à doença foi muito eficaz, e isso se deve, em grande parte, ao Sistema Único de Saúde (SUS).

O presidente do TSE disse que o Brasil enfrenta, hoje, dois vírus: o novo coronavírus, causador da COVID-19, e também o vírus da desinformação e do ódio. ”A verdade não tem dono, mas a mentira deliberada tem – e essa nós queremos evitar”, disse. A manipulação dos fatos para forjar uma verdade, segundo o ministro, é uma atitude destrutiva da democracia e da liberdade de expressão. Isso, segundo Barroso, se enfrenta com um esforço civilizatório de elevação ética das pessoas e com a ampla divulgação de informações verdadeiras, por uma imprensa profissional fortalecida e valorizada.

Respondendo a uma pergunta sobre como proceder caso alguém não esteja cumprindo os protocolos de segurança sanitária nas seções eleitorais no dia da eleição, Luís Roberto Barroso explicou que o presidente da seção é a autoridade administrativa máxima a ser acionada e que, se for preciso, poderá pedir auxílio policial para fazer cumprir as regras.

Não deixe de votar”’, disse Barroso ao encerrar a live. ”Numa democracia não existe ‘nós e eles’ – ‘Eles’ são aqueles que ‘nós’ colocamos lá. O voto tem poder, e as pessoas não devem desperdiçar a oportunidade de verdadeiramente fazerem diferença”, afirmou. Para o presidente do TSE, as cidades e o Brasil terão a cara de quem comparecer para votar.

A necessidade do voto consciente também foi lembrada, junto ao cuidado do voto com segurança. ”Essas são as minhas mensagens: não deixe de votar, vote com consciência, vote em segurança e participe desse projeto patriótico de fazer um país melhor e maior”, concluiu.

Lives

A rodada de conversas começou no dia 30 de outubro com a live que destacou a importância da checagem de fatos e informações no combate à desinformação e às notícias falsas. O evento mostrou o trabalho desenvolvido por agências de checagem, veículos de imprensa e o ecossistema preparado para identificar conteúdo inverídico sobre as eleições. Participaram desse primeiro debate Cristina Tardáguila, fundadora da Agência Lupa, e Diogo Rais, professor de Direito Eleitoral.

A segunda live da série ocorreu na última quarta-feira (4) e abordou o tema ”Eleições: Desmistificando Lendas Eleitorais”. O encontro virtual teve como debatedores o secretário de Tecnologia da Informação do TSE, Giuseppe Janino, e a assessora especial da Presidência do Tribunal, Roberta Maia Gresta. Eles analisaram questões como os mecanismos de segurança e o processo de auditoria das urnas eletrônicas, o combate à desinformação e a destinação dos votos dos candidatos com registro indeferido.

Fonte: Tribunal Superior Eleitoral