Ailton Lopes é um dos críticos das gestões petistas no Ceará. Foto: Divulgação.

O presidente do PSOL no Ceará, Ailton Lopes, disse ao Blog do Edison Silva que, ao contrário do que se imagina, a união entre os partidos de esquerda em Fortaleza não seria algo positivo, tendo em vista a rejeição a propostas de determinados partidos. De acordo com ele, a falta de unidade dessas legendas na Capital cearense tem a ver com questões programáticas.

“Não foram interesses partidários que prevaleceram, tem a ver com questões de programa. O PT é base dos (irmãos Ciro e Cid) Ferreira Gomes. A Luizianne não está com o Camilo, mas fica aí divulgando programa com ele. O Camilo tem uma política de segurança militarizante, a gestão da Luizianne Lins militarizou a Guarda Municipal”, apontou o dirigente.

Ele destacou também outros motivos que inviabilizaram a aliança entre as esquerdas na Capital cearense, como por exemplo, o voto favorável de petistas à Reforma da Previdência estadual. “(Os deputados do PT) Não deram sequer uma palavra aos servidores e professores do lado de fora da Assembleia. Claro que a base do PT não pensa e concorda com toda postura dos parlamentares desse partido”, disse.

De acordo com o dirigente, “não adianta dizer que é contra o (presidente da República Jair) Bolsonaro e fazer política semelhante”. Segundo disse, no primeiro turno os partidos devem apresentar o melhor para a cidade, e em sua avaliação, a união entre PSOL e PCB foi o melhor a se apresentar para Fortaleza.

“O que temos de aliança de esquerda em Fortaleza é o PSOL e o PCB. Os outros, de fato, saíram sozinhos: o PT, o PCdoB, o UP. O único que conseguiu aliança foi o PSOL”, disse. Segundo Ailton, a união das esquerdas não aumentava as chances de vitória. “Ao contrário, porque há uma rejeição muito grande a certas propostas que dizem uma coisa e fazem outra. A coerência do PSOL é uma coisa enorme”, defendeu.