O deputado Carlos Felipe (PCdoB) lamentou, na sessão ordinária desta quinta-feira (27) da Assembleia Legislativa, a suspensão da terceira etapa da seleção pública para contratação de gestores para policlínicas e Centros de Especialidades Odontológicas (CEOs) do Ceará.
O parlamentar lembrou que há muito tempo vem alertando sobre o problema que se formou nos Consórcios Públicos de Saúde no Interior.
Médico, o deputado afirmou que há cinco anos subia na tribuna da Assembleia e previa a tragédia que se anunciava com o fim das seleções públicas para os consórcios de saúde, porém recuperou as esperanças quando o secretário de Saúde, Dr. Cabeto, retornou com os processos de seleção.
“Dr. Cabeto compreendeu como esses consórcios estavam sendo utilizados para fazer politicagem e voltou com as seleções, pois não podemos deixar que nosso serviço de saúde fique nas mãos de pessoas sem competência para a atividade”, denunciou.
As seleções, retomadas em 2019, acabaram sendo paralisadas na terceira fase por conta do combate à pandemia do novo coronavírus. “Os consórcios foram um sonho de fortalecer a média e alta complexidade nas microrregiões, unindo os municípios ao Estado. Tivemos a seleção e infelizmente parou. Mas é importante que esta Casa fortaleça o secretário, para que ele faça o que é necessário na busca por uma saúde pública de qualidade. Indicar cargos para os consórcios é a pior forma de fazer política. A melhor opção é oferecer um bom serviço à sociedade”, defendeu.
Carlos Felipe reclamou ainda da falta de transparência por parte das gestões atuais dos consórcios, apontadas recentemente pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE). “É importante para que a saúde não fique nas mãos de pessoas não capacitadas no comando, comprometendo a qualidade dos consórcios. Hoje, lendo o relatório do TCE, vi que apenas o portal do consórcio da microrregião de Aracati atendeu a todos os requisitos. O exercício de 2019 foi o pior ano das exigências e transparência fiscal dos consórcios”, criticou.
O deputado frisou a necessidade de não tornar os consórcios uma ferramenta para a “politicagem”. “Não podemos deixar algo tão importante para nós à mercê da politicagem. Que esta Casa não esqueça de cobrar por uma saúde mais digna para a população, e estamos longe de oferecer o que ela precisa”, ponderou.