Líder do Governo, Júlio César Filho, discursou por quase uma hora na tribuna. Foto: ALECE.

A manhã deste sábado (29) na Assembleia Legislativa foi de muitos discursos incisivos contra policiais amotinados no Ceará. Diversos deputados, todos da base governista, se colocaram contra o movimento paredista da Polícia Militar e defenderam urgência na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que veda anistia para militares que continuam paralisados.

Os parlamentares, porém, defenderam a instituição Polícia Militar e enfatizaram o teor político-eleitoreiro das paralisações já criticadas por personalidades políticas em diversos estados do País. Segundo elas, a aprovação da matéria no Ceará servirá de base para eventuais movimentos em outros cantos do Brasil. Acompanhe a seguir as principais falas dos deputados durante a sessão extraordinária deste sábado (29):

“Quando o presidente (Jair Bolsonaro) fala que o problema da segurança é do Ceará, ele comete um grande equívoco. O problema da segurança é de toda a sociedade brasileira. Eu acho que ele desrespeita o povo do Ceará e o povo do Ceará merece respeito. Não existe separação de Estado, é uma União só. Como cidadão, eu me senti atingido”(Carlos Felipe)

“O sentimento da imensa maioria dos nove milhões de cearenses é que o movimento é político-eleitoreiro. Isso não pode mais acontecer, há que se ter seriedade. Lamento muito a postura dessas pessoas” – (Romeu Aldigueri)

“Não podemos responder a atos de quebra de nosso paradigma constitucional que não seja através do estado democrático de direito. A Emenda Constitucional vai impedir que bandidos amotinados venham chantagear o Estado do Ceará. Os militares têm que seguir o Código Penal Militar” – (Audic Mota)

É hora de nós chamarmos à responsabilidade de cada um para não deixarmos que movimento politiqueiro que esteja fazendo que vidas sejam perdidas no Ceará. Essa mancha não somos nós que levamos em si, mas desses poucos amotinados que estão fazendo um mau papel para o Estado do Ceará” (Sérgio Aguiar)

“O ministro da Defesa do Bolsonaro disse que eles estavam ilegais. O senador mais votado do Brasil, Major Olímpio, foi contrário a isso. Quem tem bom senso, não pode aceitar uma manifestação dessa” – (Osmar Baquit)

“O que mais queremos é finalizar essa greve. Uma comissão será formada para discutir outros pontos e chegar a um denominador comum” – (Evandro Leitão)

“Quero repudiar o presidente da República quando ele chantageia a população cearense. Isso contraria o federalismo”(Renato Roseno)

“Esses que tomaram quartel, ameaçaram a população do Ceará, a meu ver, não são policiais. Amigo, quem praticou o crime, vai responder pelo crime” – (Elmano de Freitas)

Essa Casa é política, eu sou militante político e pedi autorização do povo para representá-lo aqui. A PEC é uma ação de Estado, para além de um Governo. Não é uma ação política menor. Ao contrário. É tirar de uma decisão de um governante para uma decisão política de Estado” – (Salmito Filho)

“Em nenhum momento, quando aconteceu o movimento aqui, as portas e a mesa de negociação foram fechadas. Agora temos que tomar uma decisão. E o Estado do Ceará está sendo aguardado pelo Brasil para ver que atitude vamos tomar. Ou a gente segue com sentimento de normalidade ou se rende à chantagem, ao amotinamento” – (Acrísio Sena)

“Que tristeza essa situação! Essa matéria é a cara do Ceará. Ela precisa de urgência para castrar, politicamente. Ela vai ser irradiada em todos os estados” – (Fernando Hugo)

“Se é uma pequena minoria, porque foi necessário uma GLO e prorrogá-la? Alguém está mentindo para a população. A verdade é que a imensa maioria está paralisada, sim” – (Soldado Noelio)