Cavalcante afirmou que o sistema de segurança pública atual está corroído e pediu mudanças. Foto: ALECE.

Para o deputado estadual Delegado Cavalcante (PSL), a insatisfação da Polícia Militar do Estado do Ceará não é um ato isolado. Ele afirmou que é necessário que seja trabalhado a criação de um novo modelo de segurança pública nacional.

O parlamentar ressaltou que há insatisfações com as condições da polícia em 14 estados brasileiros. Segundo ele, de 1997 para cá já foram realizadas quase 500 greves, sendo a minoria de policiais civis.

Cavalcante acredita que policiais colocaram representantes em todas as instâncias políticas do país porque querem mudança. “O sistema está corroído, o sistema está mecanizado. Agora quer dizer que é politização? Não, se for por esse viés, Cid Gomes ganhou um bocado de votos com o Ronda do Quarteirão, Camilo ganhou com o Raio, entendeu?”, criticou.

Delegado Cavalcante acredita que o sistema tenha que ser repensado, que técnicos façam uma reavaliação geral da carreira policial no País, ouvindo as polícias e a população, para que se crie um novo modelo de segurança pública. “Nós fizemos isso em 2003, e deu certo. Não tinha um código de disciplina, a Polícia Militar não tinha um regimento, era tudo baseado no regimento do Exército. Nós sentamos, praças e oficiais, saiu um estatuto, democraticamente”, afirmou ao Blog do Edison Silva.

Polícia de Estado e federalização

O deputado lamentou que cargos de comando da Polícia Militar e Polícia Civil sejam ocupados por pessoas indicadas pelos governos. “Não são políticas de Estado, são políticas de Governo. Nós precisamos de uma polícia de Estado”, ressaltou.

Questionado sobre como o governo poderia pagar o reajuste pedido pelos policiais, Cavalcante chegou a sugerir uma federalização da polícia. “Essa é uma opinião minha, pela minha experiência, não só como policial, mas também como legislador. Ir para os cofres federais o comando, tirar a politicagem estadual dentro das instituições. Tem que ser polícia do Estado e não polícia de Governo”, reiterou.

Fogo-cruzado

Para o parlamentar, há uma troca de acusações entre as partes envolvidas na crise instalada na segurança pública no Estado. “O fogo-cruzado não leva à nada. Nós temos que aproveitar o momento de crise para reverter em soluções”, afirmou.

O deputado reclamou ainda do que chamou de ‘marginalização da polícia’. “Estão marginalizando um bocado de crianças, de 18 a 25 anos. Estão prendendo arbitrariamente, sem dar direito à defesa. Estão crucificando alguns para intimidar o resto da tropa”, lamentou.