No Ceará, UP tem proximidade com alas do PT e PSOL. Foto: Divulgação

 

Criado há dois dias, o Unidade Popular (UP) já se encontra em 22 estados de todo o Brasil, e tem metas ousadas em um momento de crescimento da direita e do conservadorismo no País. Defendendo o socialismo, e se colocando contra o capitalismo, a legenda pretende lançar candidaturas no Ceará em 2020.

De acordo com a presidente estadual da sigla, a professora Paula Virgínia, afirmou ao Blog do Edison Silva que a discussão sobre o processo eleitoral iniciou logo após definição do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de criação da 33ª agremiação partidária brasileira. Segundo a dirigente, a uma necessidade de participação da disputa do próximo ano para divulgar os ideais do partido, suas ideias e bandeiras de luta.

Alguns nomes, sem expressão política no Estado, já estão sendo avaliados pelo partido, todos esses oriundos de movimentos sociais nas cidades onde o UP está instalado. Atualmente há diretórios da agremiação em Fortaleza, Caucaia, Pacatuba, Maracanaú, Juazeiro do Norte, Crato e Barbalha.

Apesar de alguns nomes já terem sido sondados pelo partido, Paula afirma que, por enquanto, nada está definido, até porque nos últimos anos todas as energias das direções estaduais do partido estavam voltadas para o registro partidário, que aconteceu no início desta semana.

“Temos acumulado esta discussão e acreditamos que este momento é importante porque dá visibilidade ao nosso programa, que é participar de uma candidatura majoritária. Estamos amadurecendo a ideia dentro do diretório estadual”, disse a dirigente.

O UP é um partido de esquerda, que defende o socialismo sem qualquer receio das críticas. A sigla tem proximidade com alas do Partido dos Trabalhadores (PT), mas se identifica mais com a ideologia defendida por PSOL e PCB.

No que diz respeito ao Governo de Camilo Santana, Paula destacou que existem algumas críticas à gestão atual, principalmente, no que diz respeito às políticas de Segurança Pública, porém o UP não faz oposição ao Executivo cearense. “Tem críticas, mas a gente acredita que ele teve alguns acertos”, pontuou.

Paula deixou clara que, apesar da proximidade com alas do PT e do PSOL, o partido não tem qualquer relação com o PSTU, outra legenda do espectro de esquerda com atuação no Ceará. E que, inclusive, recentemente lançou pré-candidatura a prefeito de Fortaleza.

PSOL e PT também devem lançar candidaturas próprias na Capital cearense, e na visão da presidente do UP do Ceará, não está descartado a possibilidade de apoio a nenhuma dessas duas legendas no próximo ano. No entanto, a prioridade é fortalecer a legenda em Fortaleza e apresentar seu programa de Governo na disputa eleitoral de 2020.

“Já iniciamos algumas conversas sobre a chapa para a disputa na Câmara de vereadores de Fortaleza, mas nada está definido ainda. A gente não quer apenas um partido de filiados, mas de militantes. Alguns partidos já estão nos procurando”, afirmou.

Segundo ela, a missão da agremiação é lançar candidatura própria, mas isso somente após avaliação da conjuntura atual. “Um dos nossos objetivos é divulgar nosso programa. E se apoiarmos outros candidatos vai se tornar mais difícil. Mas não está fechado em não apoiar”, disse. Há uma discussão interna com PT e PSOL.

 

33° partido brasileiro, Unidade Popular busca ser alternativa mais à esquerda

Oriundo de movimentos sociais, Leonardo Péricles preside o UP nacional. Foto: Divulgação

O presidente da executiva nacional do UP, Leonardo Péricles, afirmou ao Blog do Edison Silva que há uma expectativa de lançar candidaturas ao Executivo Municipal em todas as cidades onde o partido tem diretório, o que inclui os municípios cearenses. Segundo ele, os candidatos devem defender os princípios que regem o estatuto da legenda.

Segundo ele, no Ceará existe um conjunto de lideranças cearenses, oriundas principalmente do movimento estudantil, movimento popular e de mulheres com capacidade de participar do pleito eleitoral do próximo ano. De acordo com ele, o Estado traz um legado para todo o Brasil por ter sido o primeiro a abolir a escravidão, o que foi exemplo para todo o restante do País.

“A terra do Dragão do Mar foi a primeira a abolir essa chaga da escravidão e foi exemplo. O movimento abolicionista partiu do movimento popular e demonstra a importância do Estado do Ceará para as lutas populares em nosso País”, destacou.