Para a criação de um novo partido, Bolsonaro precisará de cerca de 500 mil assinaturas eletrônicas. Foto: Palácio do Planalto.

A crise entre a ala bolsonarista e a ala bivarista (ligada a Luciano Bivar) no PSL deve mesmo levar o presidente Jair Bolsonaro a trocar de sigla eleitoral. Em entrevista à TV Record, exibida na noite deste domingo (03), o presidente falou ser grande a chance de deixar o partido para criar uma nova sigla.

“É 80% para sair e 90% para criar um novo partido, que vai começar do zero. Sem televisão, sem fundo partidário, sem nada. O meu sonho, eu acho difícil eu assumir o controle do partido, é criar um partido agora que a gente possa conseguir assinatura eletrônica junto do eleitorado”.

O provável nome do novo partido seria Partido da Defesa Nacional. Para a criação de partido, é necessário o respaldo de eleitores não filiados a nenhuma legenda, correspondente a, pelo menos, 0,5% dos votos dados na última eleição geral para a Câmara dos Deputados, não computados os votos em branco e os nulos, distribuídos por um terço, ou mais, dos estados, com um mínimo de 0,1% do eleitorado que haja votado em cada um deles. Calcula-se que sejam necessárias em torno de 500 mil assinaturas.

Crise no Ceará

Como ocorre na maioria dos estados, o PSL cearense também se vê em meio à crise entre seus afiliados. Os deputados estaduais do partido, André Fernandes e Delegado Cavalcante, ambos bolsonaristas, romperam com o atual presidente estadual do PSL, o deputado federal Heitor Freire. A dupla chegou a pedir, em junho deste ano, o afastamento de Freire por supostas irregularidades na nomeação de membros do diretório estadual e de uso ilegal de v

erba parlamentar. O presidente foi mantido à frente da legenda por Bivar.

Mais recentemente, Heitor Freire foi acusado por Bolsonaro de ter vazado o áudio em que ele articulava a nomeação do filho, Eduardo, para líder do PSL na Câmara. O deputado federal confirma que a conversa vazada era entre ele e o presidente, mas nega ter sido o autor do vazamento.

‘Garantia’ de assinaturas

André Fernandes e Delegado Cavalcante não escondem que seguirão o presidente seja qual for a sigla futura. Fernandes, parlamentar mais votado na Assembleia Legislativa nas últimas eleições, garante que Bolsonaro não terá dificuldade para conseguir as assinaturas necessárias, afirmando que somente no Ceará conseguirá boa parte delas. “Precisa de 500 mil assinaturas, mas a gente consegue rápido. Aqui no Ceará, eu me responsabilizo de levantar 100 a 200 mil assinaturas”, afirmou semana passada ao Blog do Edison Silva.