Secretário Dr. Cabeto (à dir.) esteve reunido com deputados na última segunda-feira (11). Foto: ALECE.

Liderados pelo presidente José Sarto (PDT), foi criado um grupo de trabalho na Assembleia Legislativa do Ceará para discutir a destinação de emendas parlamentares à Saúde no Estado. A discussão acerca de quem define o destino da verba parlamentar não encontrou ainda um consenso entre os deputados e a Secretaria de Saúde (Sesa). Enquanto a maior parte dos deputados estaduais prefere manter uma certa liberdade na alocação a que têm direito, o secretário Dr. Cabeto defende que a distribuição atenda às necessidades regionais. Cada deputado estadual tem direito a R$ 1 milhão em emendas por ano. O grupo será presidido por Sarto, já tendo outros quatro deputados como membros até agora: Dra. Silvana Pereira (PL), Audic Mota (PSB), Dr. Carlos Felipe (PCdoB) e Augusta Brito (PCdoB).

Presidente da Comissão de Saúde da Casa, a deputada Dra. Silvana defende o mesmo que o secretário. Ela exaltou a conversa com Dr. Cabeto, realizada na Assembleia na última segunda-feira (11). “A reunião com o Dr. Cabeto foi extremamente proveitosa. Ele esteve aqui por mais de três horas ouvindo os deputados sobre um novo modelo de direcionamento das emendas”, disse a deputada ao Blog do Edison Silva.

>Dra. Silvana defende que governo administre verbas das emendas parlamentares. Ouça:

 

Segundo Silvana, a Sesa fez um estudo de qual é a prioridade de cada município cearense e as verbas dos parlamentares poderão ajudar a melhorar as condições da saúde no Estado. “É pouca coisa? É, mas o problema da saúde não é quantidade de dinheiro, é como esse dinheiro está sendo utilizado. Essa Casa Legislativa precisa dar o exemplo, se nós queremos que o dinheiro seja melhor utilizado, quem acredita na gestão, como por exemplo eu acredito, a gente tem mesmo que dar o voto de confiança e permitir que o secretário nos direcione aonde a verba será melhor aproveitada”, defendeu.

Pronunciamento

O deputado Carlos Felipe defendeu, na sessão desta quarta-feira (13), a proposta do secretário Dr. Cabeto que, segundo ele, trará mais transparência à saúde do Estado. “Assim como já temos na transparência SUS a ocupação dos leitos públicos e privados, teremos essa questão das emendas e também as filas de cirurgias eletivas, onde o próprio paciente poderá acompanhar o processo”, frisou.

O parlamentar exemplificou essa eficiência agradecendo ao secretário pelo fortalecimento da saúde da região de Crateús, com a construção da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), que deve estender-se nos próximos anos para as 22 microrregiões do Ceará, segundo planejamento da Sesa.

> Carlos Felipe elogia transparência na Saúde. Ouça:

 

Hospital Batista

Outro ponto destacado pelo deputado foi a preocupação com a situação do Hospital Batista, em Fortaleza, que pode fechar suas portas. Carlos Felipe relatou que o secretário Dr. Cabeto, para evitar o fechamento da unidade, pretende transformar os 100 leitos para o formato de hospice, unidade de cuidados paliativos.

Debate também com os municípios

A deputada Augusta Brito afirmou que a formação do grupo de trabalho é importante não apenas para debater a questão das emendas com a Sesa, mas também com as secretarias municipais. “Se é uma ação que o deputado tem a oportunidade de destinar um recurso para um município, que esse recurso realmente vá ser implementado em uma área de necessidade, quem tem a informação maior para dar, eu acredito, são os municípios, lógico que passando pela secretaria do Estado, que faz parte desse processo”, opinou ao Blog, completando que tanto a Sesa tem que ter voz nesse processo, quanto os deputados têm que ter autonomia na utilização de suas verbas.

> Augusta Brito destaca a importância do diálogo também com os municípios. Ouça: