Senador Eduardo Gomes (MDB-GO) é o novo líder do governo no Congresso. Fonte: Roque de Sá/Agência Senado.

O novo líder do governo no Congresso, senador Eduardo Gomes, do MDB de Tocantins, começa a trabalhar na próxima semana tentando contornar a crise dentro do PSL, partido do presidente da República, Jair Bolsonaro. Depois da tentativa de tirar o deputado Delegado Waldir (PSL/GO) da liderança do PSL na Câmara e da substituição da deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) da liderança do governo Congresso, eclodiu uma divisão interna entre “Bivarianos e Bolsonaristas”. Luciano Bivar é presidente nacional do partido e deputado federal por Pernambuco.

A troca da liderança do Governo no Congresso se deu porque a deputada Joice Hasselmann não endossou a lista de apoio ao deputado Eduardo Bolsonaro para substituir o atual líder, Delegado Waldir, na liderança do partido na Câmara. Em retaliação, o presidente da agremiação, Luciano Bivar, suspendeu as atividades partidárias de cinco parlamentares bolsonaristas: Carla Zambelli (PSL-SP) Bibo Nunes (PSL-RS) Ale Silva (PSL-MG) Felipe Barros (PSL-PR) Carlos Jordy (PSL-RJ).

Mesmo diante desses desentendimentos, o novo líder, senador Eduardo Gomes, acredita num consenso entre os parlamentares a favor das “reformas estruturais” reclamadas pela população. “Junto com o benefício da Reforma da Previdência, que é a recuperação da economia, outras medidas importantes serão cobradas pela população para criar um ambiente de crescimento. O calendário não se esgota este ano, acredito que vamos ter trabalho também no primeiro semestre do próximo”, afirmou o senador Eduardo Gomes.

Reformas como a Tributária, a Administrativa e a complementação da Reforma da Previdência (PEC 133/2019) devem ser analisadas nos próximos meses. Gomes ponderou que ainda não há uma ordem definida para abordar cada um desses temas, e que isso vai depender da disposição do Congresso.

“A próxima reforma vai depender dos presidentes da Câmara e do Senado, que fazem a pauta, e da percepção dos líderes. A visão majoritária de prioridade só fica consistente depois. Mais do que isso, seria tentar adivinhar”, disse.

Os presidentes Davi Alcolumbre e Rodrigo Maia se reuniram na quinta-feira (17) com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e iniciaram a discussão da pauta pós-Previdência. O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), também participou. Eduardo Gomes ainda não ocupava a liderança no Congresso quando a reunião aconteceu.

MDB

Com a indicação de Eduardo Gomes, o MDB passa a chefiar duas das três lideranças do governo de Jair Bolsonaro no Legislativo — a única exceção é a liderança na Câmara, exercida pelo deputado Vitor Hugo (PSL-GO). O MDB também ocupa um ministério de Bolsonaro: o da Cidadania, chefiado pelo deputado licenciado Osmar Terra.

Para Eduardo Gomes, esse quadro não significa necessariamente um alinhamento do partido com a gestão de Bolsonaro. O senador afirmou que a prioridade do MDB é se identificar com “políticas públicas fortes”, e que a legenda passa por um processo de renovação. Segundo ele, ainda não há questão fechada sobre onde o MDB vai localizar em relação ao governo.

“Nisso estamos submetidos à deliberação do partido, que vai ocorrer no momento adequado. Essas decisões serão tomadas com os governadores, os prefeitos de capitais e os líderes”, declarou.

Com informações da Agência Senado e Agência Brasil.