Deputados da CPI do BNDES, reunidos nesta terça-feira (22), para aprovação do relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito. Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do BNDES aprovou nesta terça-feira (22) o texto-base do relatório final do deputado Altineu Côrtes (PL-RJ). O texto foi votado após três horas e meia de reunião. Ainda falta votar os destaques que podem alterar pontos do texto.

Nas primeiras horas de reunião, a oposição tentou atrasar a votação do relatório, enquanto deputados do PSDB e do PSL defenderam a reinclusão dos nomes dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff no relatório. O líder do PT, Paulo Pimenta (RS), encaminhou favoravelmente ao relatório com alterações por meio de destaques. O PSDB encaminhou contrariamente ao texto.

O parecer de Côrtes chegou a pedir o indiciamento dos ex-presidentes, mas, em busca de acordo, o relator retirou os dois nomes e de outras nove pessoas.

A CPI apurou possíveis irregularidades nos contratos internacionais do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no período dos governos petistas, de 2003 a 2015. Esta terça-feira (22) é o prazo final para conclusão dos trabalhos da comissão, que já foi prorrogada por uma vez, por 60 dias.

Reinclusão de nomes
Entre os parlamentares que defenderam a reinclusão dos nomes de Lula e Dilma no relatório estão o presidente da CPI, deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP), e os deputados Sanderson (PSL-RS) e Paula Belmonte (Cidadania-DF), por exemplo. Macris disse que o relatório original foi esvaziado e que vai encaminhar ao Ministério Público da União os resultados dos trabalhos.

O texto do relator incrimina os grupos empresariais Odebrecht e seus responsáveis, Emílio e Marcelo Odebrecht; e J&F, dos irmãos Joesley e Wesley Batista, donos do frigorífico JBS. Além disso, pede o indiciamento de ex-ministros, ex-presidentes do BNDES, servidores públicos e funcionários do banco.

Nos últimos anos, esta é a terceira CPI que tenta apurar possíveis irregularidades no BNDES. As outras duas, uma da Câmara (2016) e uma do Senado (2018), não chegaram a resultados concretos.

Fonte: Agência Câmara.