Inácio Arruda é titular da Secitece desde o primeiro mandato do governador Camilo Santana (dir.). Foto: Secitece

O ex-deputado e senador Inácio Arruda defende que seu partido, o PCdoB, tenha candidatura própria nas eleições municipais de 2020, na capital cearense. Secretário da Ciência e Tecnologia e Educação Superior do Estado do Ceará (Secitece) do governo Camilo Santana, o comunista acredita que as mudanças nas regras eleitorais para o ano que vem ‘obrigam’ os partidos a se lançarem na disputa.

“Sem as coligações proporcionais, o que nós vamos discutir é a cidade mesmo, não tem jeito. Todos os candidatos são obrigados a discutir a cidade, e isso praticamente obriga os partidos a lançarem seus candidatos em uma eleição que tem 2 turnos”, explicou ao Blog do Edison Silva.

> Inácio avalia os caminhos que o PCdoB deve seguir nas eleições de 2020 em Fortaleza; ouça:

 

Para ele, a discussão sobre a cidade que se quer para o futuro deve deve ser feita com candidatura própria, mas sem deixar de dialogar com outras forças políticas aliadas no campo ideológico. “Vamos discutir, mas com a nossa candidatura. Nosso candidato, ou nossa candidata, é que vai ser o centro do diálogo com as outras forças políticas. Acho que isso é que é o correto de ser feito da nossa parte, sem nenhum prejuízo das relações que nós temos com todos os que estão ocupando hoje posições, o PDT está na Prefeitura (de Fortaleza), o PT no governo do estado, mas não há nenhum prejuízo para que a gente continue nesse diálogo”.

O diálogo, para Inácio, é essencial desde o que chamou de pré-campanha, já no mês que vem. “O PCdoB já disputou a eleição de Fortaleza, conhece bem a cidade de Fortaleza, e a minha opinião é que o PCdoB deve fazer a sua pré-campanha, fortemente, com um candidato próprio, que entre na disputa do primeiro turno. E no segundo turno, evidentemente, unir o nosso campo. A pré-campanha, que começa agora em outubro e vai até junho do próximo ano, não inviabiliza o diálogo, pois são aliados nossos”, disse citando o PT, o PDT e o PSB, principalmente, além do PSOL, que afirma ter diferenças mas também com um grande alinhamento nas causas sociais.

O secretário não quis, no entanto, citar possíveis nomes para a disputa. “Temos muito o que discutir internamente, há várias opções”, disse. Ele já concorreu mais de uma vez ao cargo, chegando a ser derrotado em segundo turno por Juraci Magalhães.

Câmara de Vereadores

Para Inácio, o fim das coligações proporcionais nas eleições do ano que vem farão com que todos os partidos tenham chapas próprias para as Câmaras de Vereadores. “Aquelas vantagens de uma coligação eleitoral, não existem mais. Aquilo de dizer que apóia um candidato melhor posicionado, do nosso campo ideológico, para reforçar a minha chapa de vereadores, isso deixou de existir. Eu não posso concentrar em dois candidatos em uma coligação com o PDT, com o PSB ou com o PT. Isso não existe mais” explicou.

Segundo o secretário, o PCdoB então virá com uma chapa completa na Capital, com 65 candidatos do partido a vereador, sendo 1/3 de mulheres, como garante a lei eleitoral.