Clima entre vereadores ficará mais tenso com proximidade do período pré-eleitoral. Foto: Ascom/CMFor.

Faltando quase um ano para o pleito de 2020, a situação entre os 43 vereadores da Câmara Municipal de Fortaleza é a seguinte: quem tá fora quer entrar, mas quem tá dentro não quer sair. De acordo com levantamento feito pelo Blog do Edison Silva, todos os 43 parlamentares da Casa pretendem disputar reeleição no próximo ano, mas a apreensão é grande devido a nomes de peso que entrarão na disputa.

Como a partir do próximo ano a disputa proporcional (para a Câmara de Fortaleza, por exemplo) não permitirá coligação entre os partidos, cada legenda terá que atingir um mínimo de 30 mil votos para eleger um vereador para a Casa. Presidente do PDT da Capital, o prefeito Roberto Cláudio já se antecipou e está atraindo para a sigla diversos nomes fortes, tanto aqueles com mandato quanto secretários e ex-parlamentares.

O PDT, que se transformará em uma grande “coligação” de candidatos oriundos de outras legendas, está convidando principalmente aqueles que, no pleito do ano passado, conseguiram mais de 5 mil votos. Na base governista a tensão é maior, uma vez que secretários de governo devem ter o apoio de Roberto Cláudio, principal figura política na Capital.

De acordo com o líder do Governo, o vereador Ésio Feitosa (PDT), o clima de tensão tende a se intensificar cada vez mais, na medida em que o período pré-eleitoral vai se aproximando. Segundo ele, a eleição para vereador já era a mais difícil pelo número expressivo de candidatos e a reduzida quantidade de eleitores.

“A tendência é que a temperatura na Câmara seja de maior tensão. A manifestação maior é que todos os atuais vereadores disputarão a reeleição, e obviamente, novos nomes vão disputar também, o que torna imprevisível o resultado”, afirmou Feitosa.

A tendência, segundo ele, é que aqueles que tiveram votação expressiva em 2016 passem a ser chamados para legendas mais fortes, pois dessa forma terão mais chances de reeleição.

Reeleição

Para Dr. Porto (PRTB), a apreensão é normal por se tratar de reeleição. O parlamentar ressaltou, porém, que a melhor forma de enfrentar tal questão é realizando o trabalho legislativo da melhor maneira possível.

Para Sargento Reginauro (sem partido), neste momento, a preocupação maior parte da base governista, visto que o arco de aliança em torno da gestão é amplo, o que pode ameaçar a reeleição de alguns vereadores. “Não há espaço para todo mundo, e eles ainda têm que atender aos que querem entrar”, disse.

Conforme informou, o grupo governista não pode rejeitar nomes de peso, como o de secretários que estariam trabalhando nos bastidores “e que podem tirar votos de alguns dos que estão aí tentando reeleição”.

A diminuta oposição, por outro lado, tem concentrado seus esforços na figura do deputado federal Capitão Wagner (PROS), único nome até então colocado como pretenso candidato à disputa majoritária (prefeito) em 2020.

A disputa eleitoral de 2020 para o executivo municipal tende a ser bastante disputada, até porque o PT, outro partido de oposição na Capital, pretende lançar candidatura própria, sendo o nome da petista Luizianne Lins o mais representativo até o momento.

“Janela Eleitoral”

Para Guilherme Sampaio (PT), a maior preocupação dos vereadores é com os partidos pelos quais vão disputar as eleições, uma vez que não haverá coligação para a disputa proporcional. A segunda preocupação, conforme disse, se dá pela base do prefeito Roberto Cláudio, uma vez que ainda não se sabe se o candidato governista terá força para enfrentar o pleito de outubro do próximo ano.

A vereadora Cláudia Gomes (PTC) salientou que as conversas de bastidores já começaram, mas segundo ela, o temor maior de seus pares se dará durante o período eleitoral ou quando da abertura da “janela eleitoral”, quando parlamentares terão até um mês para desfiliação e ingresso em outras legendas. “A janela eleitoral deve ser o período em que estas questões estarão no centro das discussões”.