Deputado Guilherme Landim mostrou-se preocupado com a privatização que o governo federal pretende fazer. Foto: Blog do Edison Silva

O deputado estadual Guilherme Landim (PDT), que preside a Comissão Especial de Acompanhamento das Obras da Transposição do Rio São Francisco da Assembleia Legislativa, afirmou haver a possibilidade de privatização da geração de energia e distribuição da água do rio São Francisco. O parlamentar participou, na semana passada, de encontro com o ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto.

“Saímos (da reunião) com uma visão que, para o Governo Federal, (privatizar) é uma decisão tomada. Foi solicitado um estudo de viabilidade, mas muito mais para se desenhar como é que será o processo do que se é viável ou não. Porque, na cabeça do governo federal que aí está, essa privatização já são favas contadas”, afirmou ao blog. Na semana passada, ele havia demonstrado preocupação com esse processo.

Segundo o deputado, o governo Bolsonaro garante que esse processo de privatização servirá para baratear o custo da água. No entanto, os parlamentares cearenses, aparentemente, não estão convencidos de que isso ocorrerá. “Nós não conseguimos, confesso, entender bem como é que isso vai funcionar, mas, segundo ele (ministro), o que eles querem é diminuir o metro cúbico, que custaria cerca de R$ 0,77, por conta de o bombeamento demandar muito gasto energético, baixar para cerca de R$ 0,56, que seria uma tarifa oferecida no mercado em geral”, explicou Landim. Ele afirmou que comissão solicitou que seja incluída nessa discussão, para que sejam ouvidos. “Nós não vamos, de maneira nenhuma, ficar calados se essa água chegar com um preço que não seja viável para a população mais carente”, concluiu.

Verba para a finalização das obras

Guilherme Landim afirmou ainda que o ministro Canuto comprometeu-se com a liberação de recursos para a finalização do trecho que garantirá a chegada da água do São Francisco ao Ceará. “Já tem dinheiro para agosto e setembro e, imagina (o ministro) que não haverá problemas para conseguir o restante do recurso até o final do ano”, explicou.

Incerteza quanto ao Cinturão

Quando o assunto é o Cinturão das Águas do Ceará (CAC), obra que garantirá que a água do Velho Chico chegue ao açude Castanhão e, assim, abasteça todo o estado, a situação ainda é preocupante. “Existe um empenho de R$ 97 milhões, mas ainda sem a garantia desse dinheiro. Ficou o compromisso do ministro e do deputado Domingos Neto, como coordenador da bancada federal, de fazer uma articulação com toda a bancada cearense para pressionar o Ministério da Economia para garantir esses recursos” explicou. O parlamentar afirmou que já há movimentações, por parte do governo federal, no sentido de garantir esses recursos.