Ciro Gomes fez as declarações durante ‘live’ em suas redes sociais. Foto: Reprodução/Vídeo’.

O ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT-CE), disse na manhã desta quarta-feira (26), em suas redes sociais, que a paralisação dos policiais no Ceará é fruto do que ele chamou de “milicialização” da Polícia Militar a serviço do “nazifascismo do (presidente Jair) Bolsonaro e de sua família”. De acordo com o pedetista, se a situação da PM cearenses não for resolvida a tempo, o motim dos agentes de segurança pode se alastrar para outros 12 estados.

Ciro também demonstrou preocupação com um vídeo que teria sido publicado pelo presidente em suas redes socais o qual convoca aliados para se manifestarem no dia 15 de março contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF).

“O Bolsonaro não está atacando as instituições por causa de seus defeitos, mas porque ele não sabe o que fazer com o gravíssimo problema que herdou com o Brasil. Ele está causando uma escalada de violência nazifascista das milicias que chegaram a dar dois tiros no peito do meu irmão”, disse o líder político lembrando episódio em que o senador Cid Gomes entrou em conflito com policiais amotinados em quartel de Sobral.

Forças Auxiliares

“Atenção Bolsonaro, as instituições brasileiras serão defendidas. Nem todo mundo tem compromisso com o lulopetismo corrompido. Eu sou limpo e tenho coerência”, disse o pedetista. O temor de Ciro, segundo o próprio afirmou, diz respeito ao poder das forças auxiliares, que conforme disse, atualmente, estão em maior número do que as Forças Armadas.

Sobre a tentativa do Governo do Estado de nova rodada de negociação com policiais amotinados, contando com a participação de Ministério Público, Tribunal de Justiça e Assembleia Legislativa, Ciro Gomes disse que defende a posição do Governo, mas acredita que a situação tem que ser debelada o mais rápido possível.

Comissão

“Respeito a posição, mas sei e aviso a todos vocês, se não resolver essa parada aqui no Ceará, com o sacrifício necessário, vamos assistir em 12 estados do Brasil a mesma baderna”, enfatizou. Ciro Gomes disse, ainda, que o irmão deve responder pela acusação de tentativa de homicídio, uma vez que jogou uma retroescavadeira contra policiais amotinados. No entanto, ele argumenta que Cid foi a vítima, já que saiu ferido com dois tiros no peito.

A comissão criada para tentar acabar com a crise, composta pelo Procurador-geral de Justiça do Estado, Manuel Pinheiro; o deputado estadual Evandro Leitão; o procurador-geral do Estado, Juvêncio Viana, representando o Poder Executivo; e o desembargador Teodoro Silva Santos, representando o Poder Judiciário, fez hoje sua primeira reunião, tendo a assistência de um representante da OAB cearense, Erinaldo Dantas, e representantes da 10ª Região Militar.

A comissão quer que os policiais amotinados apresentem suas reivindicações por escrito e também pretende ouvir o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, o responsável pelo voto, aprovado pelos demais ministros, sobre a proibição de policiais fazerem greves.