Michelle e o presidente Jair Bolsonaro quando sancionaram a Lei Romeo Mion, nome do filho do apresentador Marcos Mion (de barba), criando a Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (Ciptea). Foto: Marcos Corrêa/PR.

Alguns vereadores de Fortaleza reprovam a atuação da primeira-dama do Brasil, Michelle Bolsonaro, pela ausência em questões relativas à saúde dos portadores do Transtorno do Espectro Autista (TEA).

As críticas se deram na sessão desta quarta-feira (24) na Câmara Municipal.

Bruno Mesquita (PROS), em aparte a Márcio Martins, foi o primeiro a destacar o distanciamento de Michelle nesta causa.

Ele lembrou de ter feito uma solicitação ao vereador Carmelo Neto (Republicanos), que mantém uma relação mais próxima com a família Bolsonaro, pedindo uma atuação mais consistente da primeira-dama em prol dos autistas.

Eu esperava mais da primeira-dama Michelle. Achei que ela seria nossa grande parceira, como, em outro momento, foi a ex-primeira-dama de Fortaleza, Natália [Herculano], na Assembleia Legislativa, quando criou o Centro de Atendimento aos Autistas. Eu não vi a Michelle, que eu esperava, brigando pelas crianças especiais“, lamentou.

Mesquita apontou como “maltrato” do governo Bolsonaro com pessoas especiais, o fato do Ministério da Economia não pagar o Benefício de Prestação Continuada (BPC) para famílias com membros portadores de deficiência intelectual.

Veja trecho da fala de Bruno Mesquita:

 

O vereador Márcio Martins (PROS), líder da oposição na Casa, relatou a falta de um medicamento – risperidona – nos postos de saúde da Capital. A droga é indicada para uso em pacientes com autismo. Corroborando com a fala de Bruno Mesquita, Márcio também queixou-se da atuação de Michelle Bolsonaro.

Eu também criei uma grande expectativa, principalmente quando na posse do presidente Bolsonaro, no dia 01 de janeiro de 2019, ele recebeu várias manifestações de apoio daqueles que representam os deficientes no Brasil. Infelizmente, até agora, não vi proatividade nela”, disse.

Martins pediu a colaboração de colegas na Casa como os vereadores Eudes Bringel (PSB) e Professor Enilson (Cidadania) que lutam pela mesma causa.

Michelle Bolsonaro, logo no início da gestão do presidente Jair Bolsonaro, afirmou que iria trabalhar pelo direito de pessoas com problemas cognitivos e neurológicos, como o autismo.