O vereador Didi Mangueira apontou estudo que mostra nove projetos inexistentes citados em pedido de CPi da oposição. Foto: CMFor

Segue a quebra de braço entre base governista do prefeito Sarto e oposição à gestão na Câmara Municipal de Fortaleza sobre a instalação da CPI dos Terrenos Públicos. Enquanto o bloco oposicionista destaca a importância de se investigar a venda de equipamentos públicos a preços irrisórios, os aliados apontam que pelo menos nove projetos citados no pedido de investigação são inexistentes.

Segundo o requerimento protocolado pelo vereador Léo Couto (PSB), baseado em pesquisa feita pela equipe do vereador Gabriel Aguiar (PSOL), ao menos 18 projetos, alguns deles já transformados em Lei, estariam entre as propostas que versam sobre a venda de bens públicos abaixo do valor de mercado. No entanto, de acordo com estudo feito pela Câmara de Fortaleza, somente sete dessas matérias se transformaram em legislação, duas ainda seguem em pedido de vista e nove são inexistentes.

De acordo com o vice-líder do Governo na Casa, o vereador Didi Mangueira (PDT), com isso o pedido de CPI perderia sua motivação, já que haveria irregularidade no requerimento apresentado. “Quando querem fazer um assunto político dentro de uma matéria, eles desrespeitam essa Casa, as comissões, os colegas vereadores. Eu não assinei a CPI porque não fui procurado, porque ela é uma comissão política de inquérito”, criticou.

“A prova maior é que dos 18 projetos que apresentaram como objeto para abrir a CPI, nove não existem. E o pior: esta Casa comunicou aos autores que nove projetos não existem. Eu disse que se não tivesse sido uma CPI tratada, articulada, dentro de um gabinete, que tivesse passado pelo plenário, e procurado o Didi, o vereador Did assinaria”, pontuou Didi.

Inquéritos

De acordo com ele, o pedido de CPI contou com a assinatura apenas de vereadores da bancada de oposição. “Mimimi para cima de nós, aqui não aceitamos. Não aceitamos desrespeitar essa Casa. Um documento foi enviado para esses vereadores, mostrando que dos 18 projetos que colocam como instrumento para a abertura da CPI, nove não existem”, pontuou.

Atualmente, três CPIs estão em processo de instalação na Câmara de Fortaleza: uma investigando a Enel, outra a Cagece e uma terceira os aplicativos de transportes públicos. Os membros da oposição também apontam irregularidades nos pedidos desses inquéritos, que segundo eles foram assinados pelo suplente de vereador Moura Taxista, que não estava mais na Casa Legislativa durante o anúncio dos trabalhos da fiscalização.