O debate se limitou a cada um dos lados defendendo o seu e apontando as eventuais falhas do outro. Foto: ALCE

O crime bárbaro ocorrido nas dependências do IJF na manhã de terça-feira (23) norteou os trabalhos da Assembleia Legislativa do Ceará, na manhã desta quarta-feira (24). Enquanto usavam discurso contrário à politização do tema, deputados da base governista e de oposição politizaram o assunto, cada qual apontando um culpado político pelo assassinato de um funcionário do equipamento de saúde.

Os aliados do governador Elmano de Freitas, mais uma vez, lamentaram as falhas na segurança interna do hospital e cobraram medidas mais concretas por parte da gestão municipal. Já os opositores do chefe do Executivo Estadual, alguns dos quais correligionarios do prefeito Sarto, destacaram que este não foi o único caso de violência no Ceará e que caberia ao Estado a obrigação de garantir segurança à população.

Na avaliação do deputado Sargento Reginauro (UB), o município tem responsabilidade na segurança interna do equipamento público, mas o Governo do Estado não fica isento da garantia de segurança da população e em combater crimes. “Se um crime acontece dentro de um shopping, que tem segurança privada, não isenta o Governo da responsabilidade pela insegurança no Estado. A segurança pública é um debate mais amplo”, pontuou. Ele também criticou as trocas de farpas entre Elmano e Sarto nas redes sociais após o crime ocorrido.

Aliado de Sarto, o deputado Cláudio Pinho (PDT) definiu o episódio como mais um triste marco da violência no Estado, frisando que a segurança pública compete ao Governo do Estado. “Essa violência está batendo na porta de todos nós. O cidadão não pode mais trabalhar, sair de casa, porque não está seguro em lugar algum. Quiseram imputar a responsabilidade ao prefeito de Fortaleza. Quem pode exigir do secretário e do comandante da Polícia Militar ações mais efetivas ou investigações mais céleres e firmes é o governador. Querem politizar o debate, mas a segurança pública é de responsabilidade dele”.

Para Dra. Silvana (PL) é preciso que governador e prefeito “acordem para a vergonha que estamos passando, pois o caso do IJF teve repercussão mundial. O prefeito precisa demitir alguém, pois a segurança do hospital é falha, já que um funcionário demitido continuou com acesso ao hospital. Assim como Elmano tem sua responsabilidade, pois, num Estado onde tanto faz estar na rua ou num hospital, uma pessoa mata a outra e ainda arranca a cabeça, precisa urgente de medidas de seguranças mais efetivas e mostrar que ele está atento e não permite isso”.

O deputado Felipe Mota (UB) lembrou que a insegurança no Estado vem sendo um assunto sempre abordado na Assembleia Legislativa e que alertas ao governador não faltam. Já Alcides Fernandes (PL) afirmou que os aliados do Partido dos Trabalhadores se esforçam para defender o governo, mas a insegurança no Estado é uma realidade. “Vemos todos os dias o caos aqui, e não só na insegurança, mas várias categorias em greve. E os aliados tentando defender o indefensável”.

Agenor Neto (MDB), por sua vez, afirmou que a segurança do hospital compete à Prefeitura de Fortaleza. “Não podemos nos omitir da nossa responsabilidade, tanto da prefeitura como do Governo. A insegurança é um problema a ser enfrentado e vem tendo todo empenho do nosso governador, com investimentos na segurança e em educação, onde somos exemplo”.

Segurança

“O crime foi de origem passional, mas a responsabilidade e a negligência pelo que aconteceu é da Prefeitura e da direção do IJF. Cadê a segurança da prefeitura? Por que esse ex-funcionário que cometeu o ato ainda conseguiu entrar na unidade com reconhecimento facial?”, questionou Romeu Aldigueri (PDT), líder do Governo Elmano de Freitas na Assembleia Legislativa.