O senador ressaltou que a violência vem se agravando em todo o estado. Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

O senador Eduardo Girão (Novo-CE) lamentou, em pronunciamento nesta quarta-feira (21), os assassinatos ocorridos no último final de semana no Ceará, onde 22 pessoas foram mortas, sendo oito delas em duas chacinas ocorridas em Caucaia e Aracoiaba.

Entre elas, estava o secretário de Obras e Mobilidade Urbana do município de Aracoiaba, Kennedy Guedes. Segundo o parlamentar, o caso foi uma das maiores tragédias ocorridas no estado nos últimos anos.

Girão também citou estudo do World Index, que classificou Fortaleza como a nona cidade mais violenta do planeta em relatório apresentado na semana passada. O senador ressaltou que a violência vem se agravando em todo o estado, mas a capital representa um destaque negativo, onde comunidades inteiras são “dominadas por facções criminosas, impondo toque de recolher e expulsando moradores que não aceitam se submeter ao império do crime”.

Para o parlamentar, apesar das guardas municipais não terem poder de ação direta sobre o crime organizado, é possível integras as estruturas da Polícia Militar e Civil, principalmente investindo nos serviços de inteligência.

“Outra coisa: as pequenas ocorrências do Centro Integrado de Operações da segurança pública, que são a maior parte das chamadas, podem ser resolvidas pela Guarda Municipal, uma integração que deixaria a Polícia Militar e a Polícia Civil mais focadas ainda em combater o crime. Por que não se ter essa sinergia, um ciclo completo, nessa integração, já que estamos vivendo um momento dramático, esse caos social que deixa a população presa, com medo, enquanto, muitas vezes, o crime organizado está solto, fortalecido”.

Para Girão, a tragédia da segurança pública do estado tem “o DNA das oligarquias políticas lideradas pelo PT e pelo PDT, que têm se alternado no poder municipal e estadual há décadas”. Segundo o senador, os dois governos gastaram “verdadeiras fortunas” de verba pública com publicidade.

“Eu tenho certeza de que, com todo esse dinheiro, se fosse direcionado para investimento em inteligência policial, não estaríamos vivendo esse caos, cujos índices de violência crônica são classificados pela ONU [Organização das Nações Unidas] como pandemia. Mas essa crise nunca será resolvida apenas com repressão policial. São necessárias muitas outras ações, tanto por parte do governo estadual quanto pelo governo municipal”, disse.

Fonte: Agência Senado