O cearense André Fernandes, pré- candidato à Prefeitura de Fortaleza comparece no ato em defesa do seu líder Jair Bolsonaro. Foto / reprodução André Fernandes

No último domingo, 25 de fevereiro, o ex- presidente Jair Messias Bolsonaro reuniu milhares de pessoas na Avenida Paulista em São Paulo em um ato para se defender diante das recentes investigações da Polícia Federal, contra ele e aliados do Governo do período em que era chefe do Executivo Nacional.

A manifestação reuniu diversos apoiadores de Bolsonaro, o governante daquele Estado, Tarcisio de Freitas, o governador de Minas Romeu Zema, de Goiás Ronaldo Caiado e de Santa Catarina Jorginho de Mello.

Entre os cearenses, marcaram presença o deputado estadual Carmelo Neto, que é atual presidente Estadual do PL, agremiação de Bolsonaro, o deputado federal e pré-candidato a Prefeitura de Fortaleza, André Fernandes, deputado Dr. Jaziel e a vereadora de Fortaleza Priscila Costa. Além do pré-candidato ao cargo de prefeito em Caucaia, Coronel Aginaldo, que é casado com a deputada federal, muito conhecida Carla Zambelli (PL-SP).

Também vale ressaltar os faltosos nesse encontro, foram eles: deputada estadual Dra. Silvana (que se submeteu a uma cirurgia de emergência por crise na vesícula), o deputado estadual Pr. Alcides Fernandes e o vereador bolsonarista Inspetor Alberto.

Outros cearenses de direita que não compareceram foram: senador Eduardo Girão (NOVO), também candidato a prefeitura, a dep. federal Dayanny Bittencourt (UB) e seu esposo Capitão Wagner (UB) também pré-candidato ao Executivo fortalezense.

O evento contou apenas com cinco oradores, o deputado federal Nikolas Ferreira, o pastor e financiador do ato Silas Malafaia, o governador Tarsicio, a ex-primeira Dama Michelle e Jair Bolsonaro.

No inicio de seu discurso Bolsonaro relembrou o fatídico dia que levou uma facada em Juiz de Fora- MG e que pediu a Deus para que sua filha, à época com 7 anos não ficasse órfã. Ele comentou o quanto é humano e igual aos seus simpatizantes, relembrou o início de sua carreira como militar e seu ingresso na política. No momento ele também exaltou o trabalho exercido por Tarcisio de Freitas.

Eleições de 2022 e Transparência 

Página virada”, elencou Bolsonaro sobre a derrota do pleito geral há quase dois anos. Ele ainda, com um frase especulativa, reafirmou sobre o controle das eleições, citando que ”eles”, seus apoiadores sabem o que fazer para que ocorra transparência no processo eleitoral: ”Nós sabemos o que tem que ser feito no futuro para que todos não tenham dúvida da transparência daquilo que nós devemos ter, em especial quando se elege um representante nosso.”

Ao mesmo tempo que agradeceu a presença dos seus simpatizantes no ato, Bolsonaro desdenhou Luiz Inácio Lula da Silva, ao citar que o atual presidente não possui pessoas ao seu lado e ratificou as bandeiras que defende. ”Mostramos com essa fotografia, que nós podemos até, ver um time de futebol sem torcida ser campeão mas não conseguimos entender como existe um presidente sem um povo ao teu lado!”, exclamou Bolsonaro.

O ex-presidente enfatizou a perseguição contra sua pessoa e destacou a frase que o acompanha desde que tomou posse como presidente em 2019: ”Bolsonaro quer dar um golpe”. Ele citou a última investigação da PF, Operação Tempus Veritatis e confirmou a existência da minuta feita no fim do seu mandato. ”O que é golpe? É tanque na rua, é conspiração, é trazer alas políticas para seu lado, empresários. Nada disso foi feito no Brasil! Agora o golpe é que tem uma minuta de um decreto de Estado de Defesa. Golpe usando a Constituição? Tenha a santa paciência!”, exclama Bolsonaro.

”Estado de sítio começa com o presidente da República convocando os conselhos da República e da Defesa, isso foi feito? Não. Apesar de não ser golpe estado de sítio, não foi convocado ninguém para se tramar ou se colocar no papel a proposta do decreto de Estado de Sítio.. O decreto de Defesa é semelhante. Agora querem intubar a todos nós um golpe usando o dispositivo da Constituição, cuja palavra final é o parlamento brasileiro estava em gestação. Creio que está explicado essa questão!”, explicou Bolsonaro

Anistia aos vândalos

Na oportunidade Bolsonarou clamou ao parlamento brasilero pela criação de um projeto de Lei que anistia os presos que depredaram os prédios dos Três Poderes.

”O que eu quero é uma pacificação, é uma anistia pelos pobres coitados que estão em Brasília. Não queremos mais que os seus filhos sejam órfãos de pais vivos. Nós já anistiamos no passado quem fez barbaridades no Brasil. Agora nós pedimos à todos, 513 deputados e 81 senadores um projeto de Anistia para que seja feita Justiça. Quem por ventura depredou, que pague, mas essas penas fogem o mínimo da razoabilidade,”

Poder do TSE

O ex-preisdebte finalizou o ato encorajando seus aliados diante as Eleições Municipais,marcada para outubro próximo e comentou sobre o pleito presidencial de 2026: ”Vamos caprichar no voto e em especial para vereadores e nos preparemos para 2026! Nós sabemos o que deve ser feito para ter um presidente que tenha Deus no coração!”

Pelas entre linhas, Bolsonaro ainda criticou a responsabilidade da Justiça Eleitoral por afastar pessoas à algum tipo de candidatura, como no seu caso de inelegibilidade por oito anos.” Nós não podemos concordar que um Poder tire do palco político quem quer que seja a não ser por um momento extremamente justo. Não podemos pensar em ganhar as eleições afastando os opositores do cenário político”, defendeu.

Movimentação

A Secretária de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) apurou que 600 mil pessoas estiveram no ato; Já a USP (Universidade de São Paulo) que o grupo era de 185 mil e o Governo do Estado fala em 750 mil ao contar com a movimentação das ruas ao redor.

Críticas 

No mundo político, os oposicionistas de Bolsonaro criticaram a proposta de anistia aos responsáveis pelo vandalismo no dia 8 de janeiro. ”Quem está na manifestação do golpe ou é golpista, ou passa pano pra golpista, o que dá no mesmo.,” afirmou a deputada Jandira Faghali (PCdoB- SP).

O deputado federal André Janones (AVANTE- MG) comentou:  Bolsonaro assumiu que tinha conhecimento da minuta de golpe e tentou justifica-la. (Uma das coisas mais burras que eu já vi alguém fazer na vida) e pediu anistia, parece um discurso de despedida de quem sabe que está prestes a ser preso”.

Já a deputada federal e presidente do PT Gleisi Hoffman disse ”pedir anistia é confissão de culpa. Bolsonaro é réu confesso. É o que faltava depois de tantas provas.”

Confira trecho do discurso de Bolsonaro defendendo anistia aos presos pelo 8 de janeiro: