O prefeito de Caucaia, Vitor Valim, anunciou, na segunda-feira (8), a desistência de concorrer à reeleição em 2024 / Foto: Reprodução Internet

No último dia de janeiro do ano passado, servidores do Tribunal de Contas do Ceará (TCE) estiveram na Prefeitura de Caucaia, provocado por denúncias de irregularidades na administração do prefeito Vitor Valim, e de lá levaram documentos e equipamentos de informática. Os técnicos do TCE, depois de uma rápida análise do material levado da Prefeitura, constataram que os indícios de desvio de recursos da administração Vitor Valim, eram estarrecedores.

A fiscalização do TCE ficou um bom tempo na Prefeitura de Caucaia, no início do ano passado, até concluir que a roubalheira ali era grande. Terminada a auditoria, ou tomada de contas especiais, o relatório com todas as falcatruas da administração Vitor Valim, foram entregues, pessoalmente, pelo ex-presidente do Tribunal de Contas, conselheiro Valdomiro Távora, ao próprio procurador-geral de Justiça da época, Manoel Pinheiro.

O trabalho dos técnicos do Tribunal de Contas do Estado, nesses casos, é claro, conciso e incontestável, portanto, por mais zeloso que possa ser o procurador ou promotor responsável pela proposição de uma ação criminal contra o acusado, ou acusados, não precisa demorar tanto. Até pelo fato de a denúncia poder ser aditada. A documentação apresentada pelo Tribunal de Contas ao Ministério Público Estadual, só e tão-somente, já seria suficiente para a proposição da ação criminal, com o pedido liminar de afastamento do prefeito, pois, em não o fazendo, corroborou o Ministério Público para a prática de outros delitos.

E foi exatamente o que aconteceu. Os desvios de recursos em Caucaia, continuaram acontecendo, tanto que em outubro passado (2023), o conselheiro Edilberto Pontes mandou sustar pagamentos de um contrato imoral e vultoso, tamanha era a evasão de recursos por aquela via. O conselheiro do TCE utilizou a tática da polícia para sufocar o crime organizado: bloquear suas finanças. A decisão do conselheiro Edilberto impediu de roubarem mais.

Se a sociedade cobrar ação mais eficiente dos representantes do Ministério Público no caso da roubalheira em Caucaia, Vitor Valim não ficará como prefeito até o dia 31 de dezembro. O afastamento é inevitável, mesmo que ele tenha fortes padrinhos político. O novo procurador-geral do Estado, Haley de Carvalho Filho, precisa ter, como primeira missão, enfrentar a lentidão do Parquet cearense.