Grupo de André Figueiredo no PDT, com o prefeito Sarto e o ex-prefeito Roberto Cláudio. Foto: Reprodução/Instagram

Após destituição do diretório estadual do Partido Democrático Trabalhista (PDT) do Ceará, e criação de comissão provisória, pelo presidente da sigla, André Figueiredo, parlamentares filiados à sigla e aliados do senador Cid Gomes repudiaram a atitude. Alguns pedetistas chamaram a medida de ditatorial e não pouparam nas adjetivações ao dirigente da agremiação.

Na manhã de sexta-feira (06), um grupo de quase 50 integrantes do PDT, dentre eles o senador Cid Gomes, deputados estaduais, federais, prefeitos e outras lideranças publicaram uma convocatória para reunião extraordinária visando a discussão sobre uma nova eleição  para o diretório estadual. No entanto, eles foram surpreendidos com a destituição do diretório e a instalação de uma comissão provisória, o que impede a realização de qualquer encontro visando determinações partidárias internas.

“Inaceitável”, disse o deputado federal Eduardo Bismarck, um dos que assinou a convocatória de reunião. Segundo ele, o diretório foi inativado através do sistema, de forma unilateral, e sem nenhum ato administrativo que embasasse a atitude, conforme previsão estatutária. “O diretório atual tinha mandato até o dia 31 de dezembro. Assim, entendo que essa atitude de membros do partido é totalmente ilegal, além de inapropriada e arcaica”, disparou.

“Nosso mandato vem a público repudiar esse fato e pedir que a vontade da maioria seja respeitada com a correspondente convocação diretório para deliberação de uma nova executiva estadual. Atitudes como essa, de nada unificam ou acrescentam ao PDT nacional ou do Ceará”, disse Bismarck.

Para o presidente da Assembleia Legislativa, Evandro Leitão, o PDT “sofre um duro golpe no Ceará”. Segundo ele, os membros do PDT foram surpreendidos com a notícia de quem alguém, usando a senha do partido, inativou todos os integrantes no sistema do Tribunal Regional Eleitoral (TRE). “Agindo de forma absolutamente sorrateira. Muio grave. A que ponto essa situação de desrespeito chegou. Lamentável, inaceitável”.

“Repúdio. Em pleno o século XXI uma pessoa com a senha do PDT do Ceará inativou todos os membros do diretório estadual. Esse absurdo praticado sem sequer uma reunião, sem sequer um informe muito menos debate. Perseguição e autoritarismo que não irão nos intimidar”, disse Salmito Filho.

Líder do PDT na Assembleia Legislativa, Guilherme Landim definiu a atitude como “inaceitável” e “ardilosa”. “É um ato que fere os princípios do partido e da democracia, e reafirma o autoritarismo que vem prevalecendo dentro do PDT”, pontuou. “Meu total repúdio a esse desrespeito à vontade da maioria do diretório”.

“Ditatorial”

Romeu Aldigueri, líder do Governo Elmano no Legislativo Estadual, definiu a medida como “autoritarismo, despotismo, discriminação”. Ele ainda ironizou a sigla PDT, afirmando que a legenda passou a significar “Partido Ditatorial Tirano”.

Leônidas Cristino, um dos principais aliados de Cid Gomes no Ceará, afirmou que a medida foi praticada “na calada da noite”. “Uma decisão unilateral, que tem o propósito de anular o debate e fazer prevalecer a vontade de poucos”, disse. Ele também lembrou que  vigência do diretório destituído era até dezembro de 2023.