Deputado criticou a falta de transparência na destinação dos recursos do Fecop. Foto: ALCE

Em seu discurso na tribuna da Assembleia Legislativa, na manhã desta quinta-feira (19), o deputado Felipe Mota (UB) questionou as prioridades do Governo do Estado no combate à extrema pobreza no Estado. De acordo com ele, ao menos 15% dos cearenses se encontram nessa situação e não há transparência das ações do Fundo Estadual de Combate à Pobreza, o Fecop.

“A extrema pobreza do nosso Estado chegou a 15%. De cada 100 cearenses, 15 estão direcionados à extrema pobreza. Eu trago para a Casa a mensagem que o governador entregou a cada deputado no início de seu mandato, em 2023. O governador diz que durante os 10 anos, de 2012 a 2022, nós temos 2,5 milhões de cearenses interligados ao Cadastro Único, e que desses, 1,4 milhão de cearenses não têm segurança alimentar garantida”, apontou.

De acordo com ele, em diálogo com representantes do Simpósio sobre o tema foi informado que a situação é pior do que tem sido mostrado. “Eu fico preocupado com os gastos do Governo do Estado. O Fecop do Ceará fará 20 anos e o que acontece? O Governo, em seu relatório, mostra que o Fecop não está funcionando a contento como deveria. Temos R$ 650 milhões que não estão sendo aplicados no que deveria”

“Por que tem o dinheiro do Fecop e o Governo do Estado continua dizendo que as políticas públicas do Estado não estão acontecendo? Tem alguma coisa errada. É preciso falarmos o óbvio. Não posso ficar sentado numa cadeira, vendo os problemas passando à nossa frente” – (Felipe Mota)

 

Ele questionou as prioridades do Governo do Estado, que em sua avaliação não tem sido a melhoria da qualidade de vida das pessoas. “Hoje está querendo fazer programa de dessalinização para tirar um metro cúbico por segundo por conta da estiagem no sertão. Fortaleza, Caucaia e Maracanaú precisam de 8 metros por segundo, um carro-pipa por segundo para alimentar esses municípios”, disse.

Ainda de acordo com Mota, a oposição votou a favor do Ceará sem Fome e do mutirão de cirurgias, mas o Executivo Estadual, em sua análise, “está entupido de secretarias”. “Não vim para ser calango do senhor, não, governador. E vossa excelência tem que respeitar o nosso posicionamento. Porque se tem alguém mentindo aqui é o Governo do Estado”. Deputados Sargento Reginauro (UB) corroborou com o colega e destacou que a situação de endividamento do Estado é delicada. “Estamos pagando mais de R$ 1 bi só de juros e praticamente o mesmo valor para amortização da dívida. O governador sequer está passando para o fundo previdenciário o dinheiro que está sendo retirado do servidor público. A LOA mostra o quanto a capacidade de investir em desenvolvimento está achatada por conta desse tipo de política que está se praticando no Ceará. Muito grave o que está acontecendo”

Mota, por sua vez, afirmou que o Fecop passou de um total de R$ 92 milhões em 2004, ano de sua constituição, para R$ 616 mi e pouco se discutiu com os deputados para tratar das prioridades do Estado quanto a sua destinação. “Os senhores deputados foram chamados para discutir o Fecop? Chegaram com algum relatório regional para dizer ou opinar com alguma coisa ou sempre ficou na metodologia de quem manda é o governador e seus secretários?”, questionou.

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