Deputado alerta para os prejuízos que podem ser causados à conectividade caso a usina seja instalada no local sugerido pela Cagece. Foto: ALCE

Um tema que tem sido levantado nos últimos dias na política cearense diz respeito à instalação da usina de dessalinização no Ceará. O debate foi levado à tribuna da Assembleia Legislativa, na manhã desta quarta-feira (27), pelo deputado Sargento Reginauro (UB), que quer discutir o assunto em audiência pública, com a sociedade civil e atores interessados na questão.

Conforme explicou,  a obra teria como finalidade abastecer 30% da população de Fortaleza, porém, a escolha para instalar o equipamento será em um local onde estão os cabos de internet que abastecem o Ceará, o Brasil, a América do Sul e parte da África. “A Cagece aponta a necessidade de acelerar a obra para evitar desabastecimento, mas, segundo informações estamos com uma das melhores reservas de água no Castanhão e o Governo do Estado disse que não iríamos precisar das águas do rio São Francisco”.

Ainda de acordo com ele, a instalação do empreendimento pode gerar prejuízos, como a falta de internet e o aumento no valor da cobrança a população. Ele frisou que as informações não estão claras e que o Estado corre o risco de ficar sem internet. “Precisamos de água, mas quanto vai custar? Qual o valor? Empresas de telecomunicações como a Claro informaram que o Brasil corre risco de ficar sem internet e a culpa vai ser do Ceará. O vice-presidente da Claro disse isso”.

O deputado apontou que sem internet não consegue agendar consultas e que tudo funciona através da rede mundial de conexão. “Não é ficar sem internet para acessar só rede social. Não é só isso! Imagine o Brasil um dia inteiro sem Pix?”, questionou.

Em sua avaliação,  o debate em audiência pública visa colocar a Casa Legislativa em discussão com instituições como Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Marinha do Brasil, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do Governo Federal, entre outros agentes. “Os deputados precisam se debruçar sobre isso. Precisamos debater aqui”, defendeu.

O deputado Cláudio Pinho (PDT)  criticou a Cagece e afirmou que o Ceará tem 600km de litoral, mas a empresa escolheu onde existem os cabos de internet. “Imagina o Brasil ficar sem internet. Não custa nada procurar outro local para instalar a Usina de Dessalinização”. Já Danniel Oliveira (MDB), por sua vez, pontuou que o problema não é a falta de água, mas o modo que se utiliza. Ele disse que em Israel é utilizado 15 milhões de metros cúbicos por ano para abastecer oito milhões de pessoas.

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