Prefeitos se deslocaram até a Assembleia Legislativa em busca de apoio dos deputados estaduais. Foto: ALCE

Cerca de 173 prefeituras do Ceará aderiram à paralisação das atividades nesta quarta-feira (30) para pressionar o Governo Federal e o Congresso Nacional por melhorias nos repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Alguns dos gestores municipais se dirigiram até à Assembleia Legislativa e foram recebidos por uma comissão de parlamentares que se comprometeu em apoiar a causa do movimento paredista.

O presidente da Aprece, Dr. Júnior, que organizou o movimento no Ceará, afirmou que somente a Capital Fortaleza e mais 10 cidades não aderiram à paralisação, que não afetou, segundo ele, serviços essenciais. Dentre os municípios que não participaram do movimento estão alguns que realizam eventos municipais, como festejos e exposições.

“Desde o ano passado, no fim de julho e início de agosto, os estados estão tendo uma diminuição na arrecadação por conta da redução do ICMS sobre combustíveis, telefonia e energia Isso diminuiu a nossa arrecadação, mas como tínhamos caixa, a gente conseguiu segurar. Mas, agora, no mês de julho e agosto, tivemos perdas representativas no FPM, o que acabou com todo o planejamento e fez com que 61% dos municípios ficassem no vermelho”, lamentou Júnior.

O objetivo do movimento paredista, segundo ele, é “despertar a sociedade, o Governo Federal e o Congresso Nacional da necessidade de mudanla, de melhoria do auxílio, de aprovação de algo que venha refletir nas finanças dos municípios”. De acordo com o dirigente, a vida cotidiana do cidadão acontece na cidade e não há como resolver os problemas da população sem dinheiro.

“Com essa queda, nosso dinheiro está acabando. Se nada for feito, acontecerá uma paralisação de forma insustentável e prejudicará todos os serviços. É isso que a gente quer evitar. Por isso queremos sensibilizar o presidente Lula, nossos representantes em nível federal e temos esperança de que haverá essa melhora. O Lula foi muito bom para os municípios no passado. E a gente sabe que algo será feito para que a situação possa ser amenizada”, pontuou.

A Assembleia Legislativa foi escolhida como ponto de encontro do movimento, visto a relação que os deputados estaduais têm com os prefeitos e com parlamentares da Bancada Cearense na Câmara e Senado. “Estamos passando para eles terem noção da situação dos municípios, para que isso possa fazer com que eles contribuam para melhorar a situação financeira de todos os municípios”, disse Júnior.