Reginauro apontou que mulheres não confiam mais na legislação brasileira. Foto: ALCE

O deputado Sargento Reginauro (UB) subiu à tribuna da Assembleia Legislativa, na manhã desta terça-feira (04), para cobrar leis mais rígidas que possam garantir a segurança de mulheres que são vítimas de agressões por parte de seus companheiros. Ele citou o caso de Talita Lopes Falcão, de 34 anos, que morreu após ter 80% do corpo queimado por seu ex-companheiro.

“É preciso mudança na legislação. Apresentamos projeto na Câmara Municipal para mais postos de trabalho para mulheres, para diminuir a dependência econômica. Temos um Governo de esquerda, maior bancada da esquerda. Será que não vamos andar em projetos que visam a defesa da mulher? Precisamos discutir isso de forma apartidária. Não podemos continuar perdendo mulheres dessa forma. Fica aqui o nosso pedido”, defendeu.

Ainda de acordo com ele, as mulheres não acreditam mais nas medidas protetivas em vigência na legislação brasileira atual. “Porque elas sabem que não funciona. Isso é o que virou o senso comum entre as mulheres. E elas deixam de denunciar porque não acreditam mais no Poder Judiciário”, lamentou.

“E esses homens continuarão livres e até sem denúncia, tamanha é a fragilidade do sistema para proteger essa mulher” – (Sargento Reginauro)

Ele disse ter apresentado uma emenda à Lei das Diretrizes Orçamentárias (LDO) para que o Estado destine 5% do que é gasto com publicidade e propaganda para gerar campanhas de proteção à mulher. “Isso para a gente gerar consciência, debate, uma rede de proteção. Propaganda nesse Estado é somente para fazer maquiagem. Não à toa o ex-governador gastou R$ 1 bilhão ao longo de seu mandato. Imagine isso utilizado para o bem do povo”, sugeriu.

Além da emenda à LDO para tentar inserir nas campanhas publicitárias a proteção e segurança das mulheres, ele também quer que os investimentos em inteligência sejam claros, além da equiparação do auxílio alimentação entre todos os servidores. Segundo disse, policiais têm recebido menor valor no benefício do que outros funcionários públicos do Estado.