Ex-presidente do Sindicato dos Jornalistas profissionais do Ceará (Sinjorce), Samira de Castro é hoje presidente da Federação Nacional de Jornalistas. Foto: Reprodução/ TV Senado

Nesta segunda-feira (3), o Conselho de Comunicação Social do Congresso Nacional promoveu audiência pública para discutir a violência contra os profissionais de comunicação.

Foram convidados para discutir o assunto: Samira de Castro, a presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj); o dirigente da Federação Interestadual dos Trabalhadores em Radiodifusão e Televisão (Fitert), Ricardo Ortiz; a diretora do Instituto TornaVoz, Taís Gasparian; e o professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Rogério Christofoletti.

A jornalista cearense Samira de Castro, ex-presidente do Sindicato dos Jornalistas profissionais do Ceará (Sinjorce), disse em seu pronunciamento que ”a liberdade de imprensa é um preceito constitucional, o sigilo da fonte é um preceito constitucional e pra garantir esse sigilo precisamos de um critério para quem exerce esse tipo de profissão”.

Samira ferrenha atuante no combate ao jornalismo amador, destacou as inúmeras solicitações de registros profissionais daqueles que obtém diploma: ”Hoje nós temos a emissão indiscriminada de registros profissionais, inclusive detectamos na Fenaj, emissão de registros para até menores de idade. Precisamos ter um critério de acesso a essa profissão e que, no nosso entender, hoje só vai ser possível se aprovarmos uma proposta de Emenda à Constituição, que esta parada na Câmara dos Deputados, já foi aprovada no Senado, por ampla maioria em 2012, mas segue parada na Câmara”.

”Além do diploma como critério da acesso, precisamos de uma atualização da regulamentação profissional, o último decreto lei é de 1979, e várias outras funções foram incorporadas ao Jornalismo a partir do uso da internet comercial, das novas ferramentas tecnológicas, não de produção, mas de escoamento da produção jornalística”, defendeu a cearense.

De acordo com ela deve-se criar, como pauta de valorização do jornalismo, a criação de um Conselho Federal de Jornalistas: ”Nós somos das poucas categorias, talvez a única de nível superior, que não temos um conselho de classe para primar pelo exercício ético dessa profissão que é tão cara a sociedade”.

”E por fim mas não menos importante a Fenaj também tem uma pauta muito consistente da valorização do jornalismo, que diz respeito a sustentabilidade. Acompanhamos diariamente a chamada ‘crise de modelo de negócios do jornalismo‘ que passou a vigorar também muito em conjunto com a crise credibilidade e hoje as empresas jornalísticas enfrentam uma concorrência bastante predatória das plataformas digitais, que passaram a absolver a maior parte dos anúncios, pois trabalham com anúncios direcionados com a questão dos dados das pessoas. Então as grandes, médias e pequenas empresas viram a fonte principal de receita minguar”, finalizou Samira.

Após o encerramento da audiência pública, o conselho fará uma reunião ordinária para definir as matérias prioritárias para a análise do colegiado e debater a proposta de realização de audiência pública sobre o impacto da inteligência artificial na comunicação social.

Confira trecho da fala de Samira Castro no Senado Federal nesta segunda (3):