Os pedidos de inclusão no projeto foram feitos nessa terça-feira (6), em audiência pública promovida pelo Ministério Público Federal (MPF) / Foto: Comunicação/MPF

Integrantes da comunidade Poço da Draga, na Praia de Iracema, em Fortaleza, defendem que o saneamento básico da comunidade, a reestruturação das galerias pluviais do entorno e a reforma da guarnição da praia do Havaizinho devem ser incluídos no Projeto de Requalificação da Praia de Iracema, apresentado pela Prefeitura de Fortaleza. Os pedidos de inclusão no projeto foram feitos nessa terça-feira (6), em audiência pública promovida pelo Ministério Público Federal (MPF).

As três demandas apontadas pela comunidade Poço da Draga serão acrescentadas ao inquérito civil instaurado no MPF para apurar possível impacto ambiental do Projeto de Requalificação na Praia de Iracema, lançado pela Prefeitura de Fortaleza, além de supostas irregularidades na coleta de lixo da região.

O procurador da República Fernando Negreiros, responsável pelo inquérito, garantiu que os três pedidos apontados pela comunidade serão tratados com o poder público e assegurou que outras pautas levantadas pelos participantes na audiência pública poderão ser objeto de novos procedimentos, como o possível tombamento da Ponte Metálica, localizada na Praia de Iracema.

Representantes da Prefeitura de Fortaleza que participaram da audiência adiantaram que as demandas apresentadas serão atendidas e apontaram ações que já estão previstas no Projeto de Requalificação da Praia de Iracema e que contemplam parte dos pedidos feitos pela comunidade, como a instalação de ecopontos voltados para o descarte correto de resíduos na região e a ampliação dos programas sociais E-Carroceiro e E-Catador, voltados para a sustentabilidade e desenvolvimento socioeconômico dos catadores e carroceiros de resíduos sólidos.

O fundador da organização não governamental Nossa Iracema, André Comaru, que participou do evento, argumentou que a reforma da Praia de Iracema é bem-vinda, mas que é preciso que o poder público atente para as demandas das comunidades do entorno e não somente para as áreas frequentadas pelo turismo. “Não somos contra a reforma, mas não existe requalificação sem dar o mínimo de dignidade para a comunidade que está ali há décadas”, apontou André.

Fonte: MPF