Encontro, em agosto do ano anterior à eleição passada, entre Ciro Gomes, Camilo Santana e Cid Gomes, quando eles renovaram as juras de amor eterno. Foto: Facebook/Camilo Santana.

Na última quinta-feira (22), o senador Cid Gomes, em meio a um encontro com correligionários, quando tratava da tomada do comando estadual do PDT, defenestrando o deputado federal André Figueiredo, da presidência do partido, ligou para o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, que estava em missão oficial nos Estados Unidos, para relator o encontro de que participava, e de sua insatisfação com a condução do partido, orientada por André. Não foi ouvido com clareza o que disse Lupi, embora o telefone estivesse no viva voz.  Lupi, pontanto, ontem (26) veio ao Ceará, para ter uma conversa pessoal com o próprio Cid e também com André.

As conversas com ambos aconteceram na mesma segunda-feira (26), isoladamente. Com Cid, além de um encontro a sós, Lupi também teve um segundo encontro, agora com mais alguns pedetistas (vereadores e deputados ). Neste, houve um momento tenso, com Lupi definindo-se a favor de André, inclusive ventilando a possibilidade de intervenção, com André, após findo o mandato deste, em dezembro futuro. Lupi deixou claro que não está preocupado com a debandada de pedetistas, chegando a citar o exemplo de uma cidade do Rio de Janeiro, onde o PDT ficou tão pequeno que tinha apenas um vereador como filiado e superou a crise. Ninguém tem dúvida que André Figueiredo, a depender de Lupi, como Lula, o dono do seu partido, o deputado André Figueiredo será presidente estadual do PDT enquanto quiser, quanto mais tendo o apoio de Ciro Gomes, vice-presidente nacional do PDT e principal liderança político-eleitoral da agremiação.

Cid e os demais insurretos, para não assinarem publicamente o documento de rendição, estão anunciando uma reunião no próximo dia 7, na sede estadual do partido, dentro ou fora do prédio, onde registrarão o protesto e iniciarão as tomadas de providencias para ajuizarem uma ação, na verdade, o objeto central de toda essa falácia, pois uma ação contra o comando estadual do partido daria suporte aos deputados estaduais, hoje impedidos pela legislação eleitoral de trocarem de sigla, de alegarem “justa causa” para trocarem o PDT pelo PT, para onde todos querem ir, confirmando o comportamento fisiológico da quase totalidade dos políticos cearenses.

A concretização desse objetivo – fazer a reunião no dia 7 – , se houver alguém no grupo com o mínimo de sentimento crítico, não haverá, pelo tamanho do ridículo que empreenderiam, embora com as coisas foram conduzidas até aqui, não nos surpreendamos com mais uma patuscada.