Dra Silvana propôs uma nota de repúdio da Assembleia Legislativa contra o Governo Federal por ter recebido Maduro no Brasil. Foto: ALCE

Com um atraso de duas semanas, deputados bolsonaristas na Assembleia Legislativa criticaram a visita do presidente da Venezuela Nicolas Maduro e as honras de chefe de Estado que lhes foram conferidas ao desembarcar no Brasil, oito anos depois de sua última vinda. Os parlamentares repetiram narrativas sobre a ditadura no País vizinho e criticaram a proximidade entre as duas nações, inclusive, com recursos repassados pelo Governo Federal para os venezuelanos.

Uma das principais bolsonaristas na Casa, a deputada Dra. Silvana (PL) repetiu o discurso de seus pares no Congresso Nacional e se comprometeu a fazer o que eles fizeram em Brasília, que é a formulação de uma nota de repúdio à visita feita pelo presidente venezuelano. Para ela, a visita de Maduro e sua recepção com honras de chefe de Estado, coisa que ele é, revela uma proximidade do presidente Lula com uma ditadura.

“Eu não sei como todas as casas legislativas ainda não protocolaram notas de repúdio contra isso. Maduro é um canalha que oprime e explora seu povo”, disse ela. Silvana, porém, não demonstrou indignação quando o então presidente Jair Bolsonaro convidou o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, o ditador Mohamed bin Salman, para vir ao Brasil.

Insegurança alimentar

Outro bolsonarista, Sargento Reginauro (UB) afirmou que milhões de pessoas vivem em estado de miséria na Venezuela em decorrência do que chamou de “regime ditatorial de Maduro”. O parlamentar não mencionou, porém, que nos últimos anos do Governo Bolsonaro, o Brasil voltou para o mapa da fome, com 33,1 milhões de pessoas sofrendo de insegurança alimentar, em 2022, um número superior ao total de habitantes da Venezuela, que chega a pouco mais de 28 milhões.

Felipe Mota (UB), por sua vez, criticou empréstimos, que segundo ele, estão sendo feitos pelo Brasil para a América do Sul, enquanto faltam direitos básicos para a população brasileira.   “A Venezuela deve milhões ao Brasil, detém petróleo na América do Sul, e não se vê crescimento ou desenvolvimento nesse país”, frisou. Em sua avaliação, ao receber Maduro, Lula perdeu credibilidade junto à população.